A Promotoria de Justiça da Tutela Coletiva do Sistema Prisional e Direitos Humanos de João Pessoa realizou, na quarta-feira (24), uma visita procedimental na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida como presídio do Róger. O objetivo foi para averiguar in loco a veracidade de denúncias recebidas no órgão do Ministério Público.
Na visita, o promotor de Justiça Ricardo José de Medeiros e Silva ouviu o diretor do presídio, David Nigri, que relatou os detalhes do que vem ocorrendo na unidade prisional e enfatizou a urgente necessidade de providências mais contundentes por parte do Poder Público no que tange à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para coibir o crescente fluxo de entrada de drogas ilícitas no interior do presídio.
“Ao contrário, é justamente por estarmos mais atentos à entrada de drogas ilícitas no presídio, fato este que incomoda os traficantes locais, que surge este aumento infundado de reclamações contra a minha equipe. Infelizmente, mesmo com todos os esforços para coibir a entrada de drogas aqui, o tráfico está se alastrando, os arremessos de drogas no interior do Róger só aumentam e também a droga entra constantemente por meio das visitas dos apenados. Precisamos urgente de maiores condições materiais e suporta por parte da Seap e, também, o apoio mais intenso da própria Polícia Militar, sobretudo na área externa do Róger, que, infelizmente, está localizado em uma comunidade carente, o que dificulta sobremaneira a repressão às drogas”, relatou o diretor do presídio.
Após a inspeção, ficaram acertadas algumas providências por parte da Direção do Presídio Róger, bem como já designada audiência para o mês de fevereiro na Promotoria de Justiça da Tutela Coletiva do Sistema Prisional para a tomada de algumas diligências, em conjunto com outros órgãos públicos envolvidos na execução penal da Capital.
De acordo com o promotor Ricardo Medeiros, a situação do Presídio Róger é antiga e muito problemática e já há ações civis públicas interpostas pelo Ministério Público, recomendações administrativas, vários expedientes junto à Seap, audiências e inspeções constantes no presídio por parte de vários órgãos de fiscalização, afirmou o Promotor de Justiça Ricardo Medeiros.
“Infelizmente, parece que o Poder Público não possui olhos para o Presídio Róger, sempre com os mesmos problemas, as mesmas carências e, pior, agora com o incremento perigoso da entrada de drogas ilícitas ali. É, de fato, muito preocupante a situação do Presídio Flósculo da Nóbrega. Vamos, novamente, agora em fevereiro, nos reunir com todos os órgãos públicos responsáveis, e pontuar claramente os problemas e as soluções para o presídio”, afirmou o promotor de Justiça.
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