Os líderes do Senado decidiram incluir na pauta da sessão desta terça-feira (19) o projeto de lei que adia o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, por conta da pandemia do novo coronavírus. O Projeto de Lei (PL) 1.277/2020, da senadora Daniela Ribeiro (PP-PB), suspende a aplicação do Enem em casos de calamidade pública. A proposta pode sofrer alterações durante a votação na Casa.
Pelo calendário atual, o período de inscrição para o exame vai até a próxima sexta-feira (22). As provas impressas estão agendadas para novembro e, a partir deste ano, os candidatos também podem optar pela avaliação digital.
No início de maio, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou da reunião de líderes do Senado e pediu para que os senadores não votassem a proposta, embora dias depois tenha voltado atrás e dito que estava avaliando outra data.
A proposta de adiamento do Enem foi apresentada por Daniella ainda no início de abril, quando a pandemia fazia suas primeiras vítimas fatais no Brasil. À essa altura, as escolas já haviam suspendido as aulas presenciais e falava-se no retorno com aulas virtuais.
Especificamente sobre os alunos que vão fazer o Enem, a senadora externou preocupação com a diferença de competitividade, agravada pelas consequências da pandemia: “O Enem não pode aprofundar ainda mais uma desigualdade social que já é tão evidente no nosso país. A realidade que temos é que muitos estudantes não têm acesso à internet, e muitos até têm, mas não de forma satisfatória que não cause prejuízo na assimilação do conteúdo”.
A senadora também alertou para o “abismo social” que pode ser aprofundado. “A pandemia suspendeu as aulas em um momento crucial para milhares de estudantes brasileiros que tentam, de alguma forma, compensar a ausência da sala de aula. Para os que estudam em escolas privadas que oferecem boa estrutura de aulas virtuais, temos uma realidade. Para alunos de escolas públicas que sequer têm computador em casa, é outra. Há um abismo social, por isso pedimos o adiamento do Enem como forma de não causar ainda mais prejuízo e desigualdade”, frisou.
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