O Flamengo vem realizando treinos nos campos do Centro de Treinamento George Helal, o Ninho do Urubu, desde a última quarta (20), sem a permissão da prefeitura do Rio de Janeiro, que impôs medidas de isolamento social na cidade para combater a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Nesta quinta-feira (21), o clube manteve as atividades no local, mesmo após reunião com autoridades municipais solicitando a relação de atividades retomadas, com objetivo de verificar se contrariam o decreto vigente. A instituição se manifestou em seu site oficial, afirmando que os protocolos de segurança sanitária estão sendo colocados em prática. Contudo, na mensagem não há qualquer menção às normas em vigor até o dia 25 de maio.
“Os atletas e os integrantes envolvidos no dia a dia do Ninho do Urubu informam que se sentem seguros e aptos a retomar os treinamentos em razão do protocolo de segurança e prevenção adotado pelo Departamento Médico do Flamengo. O protocolo foi colocado em prática seguindo as mais rigorosas determinações de segurança internacional. Colaboradores, atletas e integrantes da comissão técnica realizaram testes com resultado negativo para a covid-19, além de serem examinados diariamente pelo Departamento Médico”, diz a publicação da equipe carioca, assinada por todos os atletas profissionais, o vice-presidente de futebol Marcos Braz, o diretor executivo de futebol Bruno Spindel, o técnico Jorge Jesus e o chefe do departamento médico Márcio Tannure.
Na última segunda (18), o elenco se apresentou para realização de exames, no dia seguinte foi submetido a testes físicos. Apesar das restrições, a Prefeitura permite atividades de fisioterapia e reabilitação de atletas.
Na manhã desta quinta, a secretária municipal de saúde, Ana Beatriz Busch, reforçou a proibição em entrevista: “Retorno ao treino, seja físico ou tático, ainda não está permitido, ao menos até o dia 25, quando a gente vai rediscutir as restrições. Nós soubemos pela imprensa, tem [a Prefeitura] mecanismos de fiscalização que está acontecendo. O decreto tem sanções para qualquer tipo de instituição que não cumpra a legislação”.
“Mas nós temos certeza de que se o Flamengo [que é um grande parceiro do Rio de Janeiro] estiver fazendo algum tipo de atividade, ele vai voltar atrás e cumprir seu papel como formador de opinião. Imagina se nossos jovens virem o Flamengo treinando, eles vão querer sair de casa num momento em que isso ainda não é possível”, finalizou Beatriz Busch.
Protestos na Gávea
Mesmo com o número crescente de pessoas mortas e infectadas pelo novo coronavírus, o clube retornou aos treinos e foi alvo de protestos. Na manhã desta quinta (21), os muros da sede social do clube, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, amanheceram pichados.
Os manifestantes lembraram o nome do massagista Jorginho, funcionário com 40 anos de serviços prestados ao futebol do Flamengo, que faleceu vítima da covid-19 no dia 4 de maio. Além disso, inscrições como “fascistas”, “clube do povo” e “democracia” foram direcionadas ao presidente Rodolfo Landim e ao vice-presidente de relações Luiz Eduardo Baptista (o BAP).
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