Os primeiros jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar, em 2022, estavam marcados para março, mas tiveram de ser adiados devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). A Conmebol ainda não definiu uma data, mas há a previsão de as eliminatórias começarem em setembro. A Seleção Brasileira vai estrear contra a Bolívia, em casa, e, se não houver mudança, o jogo será na Arena Pernambuco.
A Agência Brasil conversou com José María Carrasco, zagueiro do Blooming e da Seleção Boliviana. O jogador de 22 anos, que disputou a Copa América no Brasil no ano passado, disse que, apesar da preocupação com a saúde, está ansioso para o recomeço do futebol. Além disso, garantiu que acredita em uma nova classificação da Bolívia para o Mundial – a última participação da “La Verde” foi em 1994.
Agência Brasil: A Federação Boliviana de Futebol (FBF) vai se reunir com os clubes nesta sexta-feira (5), para discutir a volta às atividades. Como os jogadores do país estão lidando com este cenário?
Carrasco: Mais de dois meses e ainda não há planos de jogar novamente. Com os colegas de equipe, mantemos um diálogo constante, pois temos palestras e conferências quase diariamente, junto com a equipe de coaching.
Agência Brasil: Como isso pode interferir na qualidade das equipes?
Carrasco: Sem dúvida, isso prejudicará em todos os aspectos, tanto físico quanto técnico. Mas é nossa obrigação continuar treinando neste período de pandemia.
Agência Brasil: Sobre as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Catar, existe uma previsão de começo em setembro. Mas não há uma confirmação. Isso provoca ansiedade entre os atletas?
Carrasco: Pessoalmente, estou muito ansioso de voltar a jogar, mas sei que a saúde vem em primeiro lugar. Apesar de toda essa pandemia, estamos nos preparando mentalmente para enfrentar esses tipos de jogos, que sabemos que serão muito difíceis para nós.
Agência Brasil: Como vai ser entrar em campo, provavelmente, sem a presença do torcedor na arquibancada? O futebol vai mudar muito após a covid-19?
Carrasco: A verdade é que será muito estranho e diferente, pois estamos acostumados a sempre sentir o apoio dos torcedores. Eu acho que isso mudará em todos os aspectos, será como começar do zero, mas espero que, com o passar do tempo, tudo se normalize.
Agência Brasil: Como será enfrentar o Brasil na estreia fora de casa, sabendo do número de infectados e mortos pela covid-19. Isso de alguma forma preocupa?
Carrasco: Teremos de jogar no Brasil, então que seja o mais rápido possível. Queremos jogar contra as equipes mais fortes o quanto antes. Quanto à pandemia, estamos todos um pouco assustados. Mas certamente, quando competirmos novamente, teremos as medidas de saúde necessárias.
Agência Brasil: A Seleção Boliviana está confiante para alcançar a tão sonhada vaga em uma Copa do Mundo?
Carrasco: Para ser sincero, temos uma tremenda fé nessas rodadas de classificação, estamos nos preparando há um tempo para competir em igualdade de condições com qualquer equipe. E isso foi demonstrado no pré-olímpico pela seleção sub-23. Acreditamos firmemente que podemos nos qualificar para a próxima Copa do Mundo.
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