Um estudo publicado nesta quinta-feira (16) pela revista “Annals of Internal Medicine” aponta que a administração de hidroxicloquina em pacientes com quadro leve de covid-19 não se mostrou eficaz. Os cientistas da Universidade que fica em Minnesota, Estados Unidos, afirmaram não haver diferença significativa entre pacientes tratados com o anti-malárico e os medicados com placebo.
Foram avaliados 491 voluntários não hospitalizados e com sintomas gripais, divididos em dois grupos que receberam o medicamento e os que foram administrados com um placebo, este é o grupo controle – que garante a comparação.
Constatou-se que 24% dos voluntários que tomaram hidroxicloroquina seguiram com sintomas da doença por duas semanas e 30% dos voluntários do grupo de controle também seguiram sintomáticos pelo mesmo período.
Segundo os cientistas, a diferença apresentada entre os dois grupos não foi “estatisticamente significativa”. Além disso, “A hidroxicloroquina não reduziu substancialmente a gravidade ou prevalência dos sintomas ao longo do tempo em pessoas não hospitalizadas com Covid-19 em fase inicial”, escreveram os pesquisadores.
Na quarta-feira (15), outro estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, associou o uso da hidroxicloroquina com a piora do quadro e morte pela Covid-19 em 1,5 mil pacientes com a doença.
Os ensaios que testavam o medicamento contra a doença fazem parte do conjunto de ensaios clínicos “Recovery”, que analisa vários remédios para a Covid-19 em 11 mil pacientes britânicos. Os testes com a hidroxicloroquina começaram no dia 25 de março, mas foram suspensos no início de junho, quando os cientistas anunciaram que não houve benefício no uso dele para a infecção.
Segundo o estudo, que ainda não passou por revisão de outros cientistas (a chamada “revisão por pares”), a hidroxicloroquina não reduziu a mortalidade e foi associada a períodos de internação mais longos e risco aumentado de morte ou necessidade de ventilação mecânica para o paciente.
“Embora preliminares, esses resultados indicam que a hidroxicloroquina não é um tratamento eficaz para pacientes hospitalizados com Covid-19”, dizem os cientistas de Oxford.
Eles destacam, ainda, que as estatísticas constatadas no estudo “descartam qualquer possibilidade razoável de benefício significativo de mortalidade” pelo uso do remédio.
Com informações do G1
Redação
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