O ginasta Caio Souza e o pugilista Keno Marley fizeram uma avaliação da primeira semana de trabalhos da Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em uma live realizada no último domingo.
“Quando saíram na mídia as primeiras notícias sobre a Missão Europa, ficamos bem animados e ansiosos, afinal eram quatro meses longe do ginásio. A Confederação de Ginástica [CBG] e o COB nos passaram maiores detalhes sobre o protocolo sanitário uma semana antes da viagem. Tudo muito rígido. Não pude sair de casa, tive que fazer os exames ainda no Brasil”, disse o ginasta Caio Souza, um dos integrantes da equipe masculina dessa primeira turma em Portugal. O baiano Keno Marley também destacou os cuidados quando o grupo ainda nem estava reunido no Brasil: “Nossa equipe nesse período de treinos tem dez atletas. São de vários estados do Brasil. Antes de irmos para nossa base, que foi a sede da Confederação Brasileira de Boxe [CBBoxe] em São Paulo, fizemos os testes. E, depois em São Paulo, passamos por mais testes. E aqui na chegada à Europa, repetimos todo processo. E claro que sempre também com isolamento social, máscara, álcool em gel. Tudo bem rígido”.
As três equipes da ginástica brasileira (seis atletas do time masculino e seis do feminino na modalidade artística, e as dez mulheres da ginástica rítmica) estão isolados em um centro de treinamento (CT) na cidade de Sangalhos, localizada a pouco mais de 230 quilômetros de Lisboa. Hotel e CT estão reservados exclusivamente para os brasileiros. “O local é muito bom. Tem tudo que precisamos. Inclusive, esse é o local para o qual viemos para treinar na Europa. Está sendo muito bom”, declarou o ginasta Caio Souza.
Já os boxeadores e a comissão técnica da modalidade estão na base principal dessa Missão Europa, o CT Rio Maior, ao lado da equipe de natação e do nado artístico. “Está sendo a minha primeira vez aqui em Portugal. Tem outras equipes concentradas aqui conosco. Porém, não temos contato com quase ninguém. É só trabalho mesmo. Uma coisa que me marcou muito nos primeiros dias que tivemos que passar por uma quarentena forçada aqui no hotel foi que recebemos as refeições no quarto. Os funcionários deixavam a comida na porta. Era coisa de filme mesmo. Mas comprovou o comprometimento de todos os atletas”, declarou Keno, de 20 anos.
Para os dois, os principais benefícios desse início da Missão Europa foram a volta aos trabalhos específicos e a oportunidade de “manter acessa a chama do esporte”.
“O pessoal da confederação passou alguns treinos online durante a quarentena. Mas é difícil demais trabalhar sozinho. Ficar longe do ginásio e do contato com os aparelhos foi a parte mais difícil. Porém, agora aqui em Portugal, estou vendo que aquele esforço feito durante a quarentena está fazendo a diferença. Está deixando mais rápida a minha volta ao ritmo normal”, comemorou Caio Souza, de 27 anos. “Precisávamos retomar esse contato com as atividades práticas. A quarentena foi um período muito diferente, nunca imaginava passar por algo assim. Sabia que o boxe é uma modalidade individual, mas foi nesse período de isolamento que percebi que, sem outras pessoas, não tem como treinar”, declarou o pugilista da categoria meio-pesado (até 81 kg).
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