Cerca de 35 mil pessoas no Brasil são atingidas pela esclerose múltipla, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). A doença é mais comum em pessoas jovens, de 20 a 40 anos, e predominantemente mulheres. O neurologista Christian Diniz, da Unimed João Pessoa, conta que um dos principais problemas é a procura tardia pelo médico e destaca que o acesso à informação sobre os sintomas é um fato determinante para a identificação precoce da doença. Por isso, a importância do agosto laranja, mês de conscientização sobre a esclerose múltipla.
“É uma iniciativa para alertar as pessoas sobre a importância de saber mais sobre esta doença, seu diagnóstico e tratamento precoce para que os pacientes possam ter maior qualidade de vida. Além disso, é importante reforçar a população que muitas vezes sente manifestações simples como dormências, dificuldade de mobilização dos membros, mas ignora os sinais”, comenta Christian.
A esclerose múltipla é crônica e rara e é uma das causas mais frequentes para déficits neurológicos em pessoas jovens. O caráter autoimune faz com que ela atinja o sistema nervoso central por meio da destruição da mielina que recobre os nervos. Com isso, ocorrem perturbações da comunicação entre o cérebro e o corpo. O diagnóstico é feito principalmente com ressonância magnética de crânio e coluna. “Serão avaliadas possíveis lesões do sistema nervoso central. Também é coletado o líquor onde buscam-se sinais de processos imunológicos”, explica o médico.
De acordo com o neurologista, alguns pacientes não manifestam sintomas, enquanto outros possuem surtos sintomáticos. “Em geral, durante esses episódios, eles apresentam dormência acompanhada de formigamento, fraqueza, perda de visão, além de problemas motores como comprometimento da marcha, falta de coordenação, desequilíbrio e disfunção da bexiga”, aponta.
O médico conta que caso não sejam averiguadas e tratadas, as ocorrências podem se agravar com o tempo e evoluir para uma forma crônica e grave. “É importante entender que a esclerose múltipla não é curável, mas sim controlável. O tratamento é baseado na administração de medicamentos imunossupressores e complementado com intensa fisioterapia para reabilitação das atividades neuromotoras”, ressalta.
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