Administrar um hospital em situações “normais” é uma tarefa complexa. Fazer isso enquanto o mundo passa pela pandemia da covid-19, considerada uma das maiores da história da humanidade, é uma missão ainda mais desafiadora. Para Cleiton Moradillo da Silva, gestor de Serviços Hospitalares da Unimed JP, para ser um administrador de excelência é preciso ter uma visão sistêmica do hospital e enxergar as potencialidades dos colaboradores para designar tarefas de acordo com cada perfil. ‘É diferente de qualquer tipo de instituição. Temos que ser rápidos, ágeis, precisos e ter foco na vida humana”, comenta.
Natural de Salvador, na Bahia, Cleiton tem 25 anos de experiência na área hospitalar e executa projetos em vários estados como Aracaju, Maceió, Recife, Natal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Cuiabá, Goiás, Espírito Santos, Salvador, Brasília e João Pessoa. Ele é formado em Administração de Empresas pela Universidade de Salvador e em Ciências Econômicas pela Faculdade Católica de Ciências Econômicas da Bahia, doutorando em Gestão Empresarial e pós-graduado em Administração Hoteleira (UFBA).
Na entrevista que segue, o administrador comenta quais os desafios de gerenciar um hospital de grande porte e a importância de uma equipe especializada e humana.
Na prática, o que faz um administrador de hospital?
Conduz toda a equipe e faz o mais importante que é identificar as qualidades de cada gestor. Desta forma, é possível colocar as pessoas nos lugares certos para que, assim, a instituição possa funcionar tranquilamente com suas características administrativas e assistenciais preservando o foco no cliente, que é o paciente, a vida humana. Temos que ser rápidos, ágeis e precisos, porque qualquer erro pode levar a algum dano. Desenvolvemos muito mais uma visão sistêmica e o poder de decisão, raciocínio lógico e identificação de todos os setores trabalhando de maneira única. O administrador tem essa atividade de ter visão do que é administrativo, o que é área de apoio, assistencial e suas interligações para que nada falte ao hospital. Quando perguntam se é como gerenciar uma empresa normal, afirmo que não. A pessoa que fica na recepção do hospital, por exemplo, não é igual a recepção de outra atividade, nós temos que ter outra linguagem, percepção, necessidade de empatia, presteza e assertividade.
Quais características deve ter um administrador de hospital de excelência?
Em primeiro lugar, conhecimento. Em seguida, a experiência. Para estar como diretor de hospital, tive que aprender todas as áreas da administração e fiz questão de exercê-las para conhecer de perto cada processo. Se quero dar orientação para o que é certo ou errado, tenho que saber o que estou falando. A característica é ter expertise, empatia, saber ouvir, ter credibilidade com sua equipe por meio de suas ações e, acima de tudo, estar aberto a todo momento a mudanças, não alterando diretrizes operacionais ou gerenciais que já tenham sido definidas pela instituição. Um administrador que não tem visão sistêmica do hospital não se torna um profissional de excelência.
Como é administrar o Hospital Alberto Urquiza? Há quanto tempo o senhor está atuando no local?
Por eu ser o gestor de Serviços Hospitalares, juntamos com os demais diretores das duas unidades, o Alberto Urquiza Wanderley e o Moacir Dantas, cada um tem suas características e importância. O HAUW, por ser o maior hospital da Paraíba, pioneiro e ter os cooperados, exige um pouco mais de dedicação, atenção e ações. É muito trabalhoso e, ao mesmo tempo, gratificante. Quanto mais trabalho, mais resultados são alcançados, como no Moacir Dantas, que vem sendo direcionado para a área pediátrica. É muito importante ter uma equipe boa para que isso flua corretamente. Retornei para a Unimed JP nesta gestão e estou desde o dia 1 de abril exercendo o cargo de gestor de Serviços Hospitalares. Já estive na casa de 2012 a 2014, como diretor de operações, o que torna mais fácil pelo fato de já conhecer boa parte da equipe.
Quais são os maiores desafios do dia a dia como gestor?
Preservar a qualidade do serviço que você alcançou no hospital e manter a equipe motivada, porque a velocidade é grande dentro do ritmo existente, e não deixar faltar absolutamente nada para o paciente. Outro desafio é fazer com que os nossos colaboradores tenham visão sistêmica, todos os dias colocando que eles precisam entender não só a área deles, mas todas as áreas, a corrente dos setores, da jornada do paciente, porque a ação de um vai refletir em outro. Além disso, fazer com que as pessoas convivam entre si, façam seu trabalho e a máquina do sistema operacional rode tranquilamente sem maiores ajustes. Um dos maiores desafios do dia a dia é encantar o cliente e oferecer tudo o que ele precisa para que o período de tratamento seja agradável e tranquilo. Outro ponto é o desafio orçamentário, como uma empresa, é importante salientar que tem que dar tudo fazer atendimento de excelência, mas tudo tem seu valor e tem que analisar o custo benefício para essa situação.
Na sua opinião, quais os pontos mais fortes do Hospital Alberto Urquiza e Moacir Dantas?
A marca Unimed João Pessoa com certeza é o ponto mais forte. E em segundo, a grade de cooperados. Nós temos quase todos os médicos da Capital no nosso hospital, o que nos dá a tranquilidade de ter os melhores e mais especializados, tornando o corpo clínico um lado forte. Outro fator relevante é a estrutura do hospital que é de alta complexidade, o paciente pode vir e executar todos os tipos de exames e o consenso do nosso corpo com o cliente interno, empatia dos cooperados que passam para o paciente.
Assessoria
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