A Prefeitura Municipal de João Pessoa está desconectada do mercado do mercado imobiliário, não acompanha as necessidades do setor e deixa os empresários da construção civil à mercê de uma burocracia burra. A constatação, em tom de desabafo, foi feita pelo empresário e diretor de Assuntos Imobiliários do Sinduscon-JP, Francisco (Chico) Antônio de Assis ao Programa Tambaú Imóveis e Negócios de ontem (sábado).
Um exemplo concreto dado por ele, foi a demora de mais de 45 dias para geração pela edilidade, de 37 guias para pagamento de ITBI por sua construtora (Equilíbrio), em favor de adquirentes de unidades do empreendimento Julita Formiga, no bairro dos Bancários, num ato gerador de receita para a própria prefeitura.
Ele lembrou que em relação à emissão de alvará de construção, o processo equivale a uma gestação, ou seja, inacreditáveis nove meses, enquanto na prefeitura de Fortaleza, por exemplo, esse mesmo processo se dá de forma virtual, através do Programa Fortaleza Online em até 30 minutos. A capital cearense foi a primeira cidade do País a disponibilizar o documento nessa velocidade, ainda em 2015.
Superação de desafios
Também entrevistado do programa, o diretor de relações públicas do Sinduscon-JP e empresário Allison Delma Nunes considerou que o maior desafio do setor da construção civil – que é a segunda maior cadeia produtiva do país – foi vencer o medo do desconhecido, por meio da promoção de ajustes e análises de fluxo de caixa mudanças de gestão das empresas, migrando-a para home office para não paralisar as obras, adaptadas aos protocolos de segurança preconizados pelas autoridades de saúde.
Francisco de Assis estimou ainda atraso a médio e longo prazo no cronograma de entrega dos empreendimentos, causado pela paralisação total e excessiva imposta aos canteiros de obras, com afastamento no período de quarentena de operários, seja pelo contágio da Covid-19, seja pela falta do transporte público para locomoção e ainda pelo desabastecimento de matéria por fornecedores, que também tiveram atividades suspensas.
Ao se referir especificamente à matéria prima, Chico, como é popularmente conhecido, lembrou que várias sofreram reajuste, a exemplo de tijolo, cimento, cobre e aço, alguns deles em patamar superior a 50%.
Um ponto fora dessa curva se deu no programa social Minha Casa Minha Vida (hoje Casa Verde e Amarela), que não sofreu abalo nas vendas nesse período, quando construtoras como a MRV Engenharia registraram 30% de aumento, graças a fatores como o déficit habitacional e crédito em abundância por parte da Caixa Econômica Federal através de linhas específicas, com baixas taxas de juros.
A íntegra da entrevista, concedida ao apresentador e jornalista Rômulo Soares, bem como do programa, você confere clicando aqui :
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