Um grupo de policiais civis, delegados e agentes de investigação fez um ato na manhã desta sexta-feira (2), em frente à Central de Polícia Civil, em João Pessoa. O ato foi em defesa dos trabalhadores policiais e em solidariedade aos dois delegados envolvidos em uma confusão em que três advogados foram autuados. Na quinta-feira (1º) o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) esteve no mesmo local para um ato realizado por advogados.
O atrito entre a Polícia Civil e a OAB teria começado após uma suposta agressão sofrida por um advogado, que teria sido agredido verbalmente por uma delegada e ameaçado de morte pelo marido dela. A delegada teria negado o pedido do advogado de ter acesso ao depoimento de policiais que conduziram uma cliente e o advogado filmou a ação.
O mesmo advogado relatou que recebeu um telefonema do marido da delegada, que também é delegado, onde ele disse que o vídeo não deveria ser divulgado. O advogado, então, procurou a Comissão de Prerrogativas da OAB e integrantes da comissão foram até a Central de Polícia para registrar uma ocorrência.
O delegado que teria ameaçado o advogado estava de plantão e teria acontecido um confronto físico entre policiais e advogados. De acordo com uma nota divulgada pela Polícia Civil no último dia 25, os advogados autuados são suspeitos de desobediência, injúria, difamação, desacato e lesão corporal.
Viviane Magalhães, a delegada envolvida no caso, contou sua versão dos fatos em uma entrevista coletiva durante o ato desta sexta-feira. “O papel dele [do advogado] era defender uma cliente. Insatisfeito com uma decisão que eu tinha tomado, de lavrar um flagrante contra a cliente dele, ele me acusou de diversos atos. Ele participou de todo o procedimento, assinou e depois saiu propagando por aí que teve as prerrogativas violadas, que eu não tinha permitido que ele participasse, quando consta a assinatura dele no inquérito. Ele também puxou o meu braço exigindo que eu terminasse urgentemente porque ele tinha pressa. Eu esbocei reação porque sei me defender. Tenho 15 anos de profissão e fatos dessa natureza nunca aconteceram”, disse Viviane.
O marido dela e também delegado, Afrânio Doglia, também participou do ato e falou sobre o que aconteceu no dia em que os advogados foram autuados.
“Eles tentaram invadir uma área restrita, mas não houve agressão. Houve uso proporcional da força. Inclusive um agente de investigação meu está muito machucado porque foi derrubado. Nós vamos continuar trabalhando normal, para a sociedade. Nosso trabalho é para a sociedade paraibana e vamos tomar as medidas cabíveis. Nossos entendimentos sempre serão na esfera judicial”, completou Doglia.
A delegacia geral de Polícia Civil disse, por nota, que abriu procedimentos para apurar todos os fatos.
G1Paraiba
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