Polícia prende jovem considerado traficante ‘playboy’ em condomínio de luxo, em Goiânia

“É um traficante de droga sintética, adotou como ponto em uma área nobre, tem um veículo bom, mora em um condomínio de luxo, é um ‘boa vida’, ele pode ser considerado um playboy. Ele não estava nem aí para medidas judiciais”, disse ao G1 a delegada responsável pelo caso, Érica Botrel Teixeira.

O G1 tenta localizar a defesa de Júnior. A delegada disse que ele também não se defendeu ao ser questionado pela polícia e usou do direito de permanecer em silêncio.

Os policiais encontraram o jovem dormindo no apartamento da mãe dele, em um condomínio de luxo no Setor Jardim Goiás. No imóvel, foram apreendidos três celulares, dois compridos de ecstasy, LCD e um pó num saquinho que será periciado, R$1,1 mil em notas de R$ 10 e a camiseta que Júnior vestia em um vídeo em que ele estaria traficando drogas. O rapaz foi levado para a Delegacia de Capturas.

A delegada explicou que, no início de janeiro, recebeu de seguranças horas de imagens de câmeras de monitoramento que registraram um homem e uma mulher traficando drogas na região do Alphaville Flamboyant. Na ocasião, eles encontraram 60 comprimidos de ecstasy na grama do local, mas o suspeito não foi detido.

Érica começou a investigar o caso e, ao analisar outros vídeos, descobriu a placa do veículo usado pelo traficante que aparece na gravação, um Toyota Corolla. O carro era o mesmo que atropelou uma mulher em 2 de dezembro do ano passado, na Avenida Anhanguera, e que pertence a Júnior.

A partir das evidências, a delegada pediu a prisão preventiva do suspeito, que foi acatada pelo Poder Judiciário. Ela acredita que o descumprimento da medida cautelar que o proibia, entre outros pontos, de sair de casa das 22h às 6h, favoreceram para a expedição do mandado de prisão.

“Ele estava bebendo no mesmo veículo que outrora tinha atropelado uma pessoa, traficando drogas. Ele estava proibido de praticar novas agressões penais. É o descaso com a Justiça”, ressalta a delegada.

Neste caso, Júnior é investigado por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Se condenado pelos dois crimes, ele pode pegar de 8 a 25 anos de prisão.

O atropelamento ocorreu em dezembro do ano passado. De acordo com o registro do crime, a mulher foi atingida quando seguia para uma plataforma do Eixo Anhanguera, em Goiânia.

“No flagrante, consta que ela olhou para os dois lados e não vinha nenhum carro. O veículo veio em alta velocidade, a atropelou, ela caiu, e ele fugiu, como se nada tivesse acontecido”, detalhou a delegada.

Pessoas que assistiram ao atropelamento acionaram uma equipe da Guarda Metropolitana de Goiânia, que perseguiu Júnior e o deteve. “Verificaram que ele estava embriagado, havia bebidas alcoólicas no carro e drogas. Por isso, ele foi autuado por lesão corporal na direção de veículo automotor, embriaguez ao volante e posse de drogas”, explicou Érica.

G1