O vírus responsável por impor a maior crise sanitária vivida pelo mundo nos últimos cem anos completa um ano, data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a covid-19 como pandemia. Depois de meses de caos e esforços, os países se organizaram para enfrentar a doença, mas a resposta continua desigual de acordo com as regiões.
Até o momento, o vírus matou pelo menos 2.613.983 pessoas em todo planeta, e mais de 117,6 milhões de casos foram registrados, segundo um balanço da AFP. País mais afetado com mais de meio milhão de mortos, os Estados Unidos aceleram a vacinação, isso após a saída do controvertido Donald Trump e ascensão de Jor Biden, que, ainda, conseguiu aprovar um plano de estímulo econômico de US$ 1,9 trilhão, uma “vitória histórica” para o democrata que parece ter devolvido a esperança de dias melhores para sua gente.
Mais que isso, quase US$ 15 bilhões serão dedicados à vacinação, US$ 50 bilhões, a testes e rastreamento de contatos, e outros US$ 10 bilhões, à produção de vacinas. Além disso, mais de 93 milhões de doses de vacina já foram aplicadas no país, que fez pedidos suficientes para receber até o fim de maio a quantidade necessária para vacinar todos os americanos. Apesar da notícia, Biden pediu a negociação de um contrato de 100 milhões de doses adicionais com a Johnson & Johnson.
Fruto desse esforço, o número diário de mortos caiu para 1.600 em média durante a semana passada, contra 2.000 nas semanas anteriores.
A situação é muito diferente e mais complicada. Por essas bandas, a crise cada vez mais se aprofunda. Na quarta-feira, o país bateu mais uma vez o recorde de mortes em 24 horas (2.286), o que mostra que estamos no pior momento da pandemia.
A falta de planejamento de um governo que já está no terceiro ministro da Saúde levou a vacinação começar de maneira tardia no país, que já registrou 270.656 mortes provocadas pela Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro minimiza a pandemia e é contrário a fechar estabelecimentos comerciais para, segundo ele, preservar empregos.
Ontem, em retorno triunfal ao debate político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu assumir o contraponto e criticou duramente o atual governo. “Não sigam nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do Ministério da Saúde. Tomem vacina”, disse Lula na quarta-feira, anunciando que ele próprio esperava ser vacinado na próxima semana.
A pandemia que levou pânico, arrasou e enlutou famílias, espalhou um rastro de desesperança aqui e alhures, dissipando sonhos, quebrando pequenos e grandes negócios, arrasando economias e deixando ainda mais miserável quem pouco ou nada tinha, também provocou o retrocesso de todos os indicadores que medem o desenvolvimento no mundo.
Longe de um fim que nunca terá um final feliz diante de tanta dor e luto, ao cabo de tudo, a pandemia responsável pela maior crise sanitária, econômica e social do planeta imporá duas tristes constatações aos olhos de todos, dos mais aos menos sensíveis, verdadeiramente falhamos como humanidade e inexoravelmente não poderemos ser os mesmos daqui em diante.
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