A Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (19) que vai suspender a produção em todas as unidades no país por 12 dias por causa do agravamento da pandemia do novo coronavírus. A interrupção começa na próxima quarta-feira (24). A empresa atua em São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos (SP) e em São José dos Pinhais (PR).
“Com o agravamento do número de casos da pandemia e o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares. Nas fábricas, só serão mantidas atividades essenciais”, informou a montadora em nota.
Ainda segundo a empresa, funcionários da área administrativa farão trabalho remoto, e a medida foi tomada em conjunto com os sindicatos locais.
Na Europa, a Volkswagen tomou a mesma decisão em março do ano passado, quando a pandemia praticamente paralisou a produção de carros no continente.
Na época, a medida foi tomada após Fiat, Ferrari, Lamborghini, Seat (ambas do grupo VW), Renault e PSA (que produz Peugeot, Citröen, Vauxhall, Opel e DS) anunciarem a interrupção temporária das atividades.
Outras medidas no Brasil
Em agosto de 2020, a Volkswagen propôs a redução de 35% da mão de obra no Brasil, segundo sindicalistas metalúrgicos do ABC Paulista e da Grande Curitiba.
A montadora não confirmou o número, mas disse que havia um excedente de mão de obra devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cobra que a paralisação seja estendida a outras montadoras. A entidade informou que participou de reunião com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) em que “reforçou a necessidade urgente de paralisação das fábricas”.
Em nota, o presidente do sindicato, Wagner Santana, disse que não houve acordo para paralisação imediata, mas que Anfavea afirmou que iria orientar as montadoras a negociar com seus trabalhadores a possibilidade de parada, caso a caso.
Os metalúrgicos informaram que mantêm contato com as demais montadoras da região -Mercedes-Benz, Toyota e Scania- reivindicando a paralisação das atividades.
Em vídeo publicado nesta sexta, um representante da comissão interna de trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo também relatou a negociação.
Os sindicalistas pedem ainda que as fábricas sejam usadas para produção de equipamentos hospitalares. No ano passado, montadoras chegaram a dar manutenção em respiradores e converteram impressoras 3D para fazer máscaras de plástico, entre outras ações.
Outra reivindicação é que as empresas do setor automotivo comprem vacinas e insumos para doação ao SUS.
O Globo
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