O volume de serviços prestados no Brasil avançou 3,7% em fevereiro, na comparação com janeiro, conforme divulgou nesta quinta-feira (15) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cravando a 9ª alta seguida. Com o resultado, o setor superou pela primeira vez o nível em que se encontrava antes do início da pandemia de Covid-19, ficando 0,9% acima do patamar de fevereiro de 2020.
“Em nove meses consecutivos de taxas positivas, o setor acumula crescimento de 24%, se recuperando assim da perda de 18,6% registrada nos meses de março e maio de 2020”, informou o IBGE.
O setor de serviços foi o mais afetado pela pandemia no país e o último a retomar o nível de fevereiro de 2020. O comércio recuperou em junho do ano passado e a indústria em setembro de 2021.
Setor de serviços registrou avanço na passagem de janeiro para fevereiro — Foto: Economia/G1
Já na comparação com fevereiro de 2020, houve queda de 2%, a décima segunda taxa negativa seguida.
O resultado veio melhor do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,5% ante janeiro e recuo de 3,5% na base de comparação anual.
Queda de 8,6% em 12 meses é a maior já registrada
No acumulado do ano, frente a igual período do ano passado, a queda é de 3,5%.
Em 12 meses, o setor ainda registra perda de 8,6% – resultado negativo mais intenso da série histórica da pesquisa, iniciada em dezembro de 2012, evidenciando a recuperação lenta dos serviços no país. Este é o 14º mês seguido de recuo nesta base de comparação.
Mesmo tendo superado o nível pré-pandemia, o setor segue 10,8% abaixo do ponto mais alto da série da pesquisa, atingido em novembro de 2014.
Transportes e armazenagem são destaque
O avanço em fevereiro foi acompanhado por todas as 5 atividades pesquisadas, com destaque para a atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,4%), que acumulou ganho de 8,7% no ano e agora supera em 2,8% o patamar de fevereiro do ano passado.
“Esse aumento está relacionado ao e-commerce. Com a pandemia, as empresas precisaram investir em delivery e isso fez com que as empresas que trabalham com transporte de carga aumentassem sua receita desde junho do ano passado”, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Veja abaixo a variação dos subgrupos de cada uma grandes atividades se serviços:
- Serviços prestados às famílias: 8,8%
- Serviços de alojamento e alimentação: 8,6%
- Outros serviços prestados às famílias: 4,0%
- Serviços de informação e comunicação: 0,1%
- Serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC): -0,1%
- Telecomunicações: -1,8%
- Serviços de Tecnologia da Informação: 1,7%
- Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias: -9,9%
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: 3,3%
- Serviços técnico-profissionais: 3,2%
- Serviços administrativos e complementares: 4,7%
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 4,4%
- Transporte terrestre: 5,5%
- Transporte aquaviário: -0,6%
- Transporte aéreo: -2,5%
- Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: 4,4%
- Outros serviços: 4,7%
Serviços prestados às famílias estão 23,7% abaixo do nível pré-Covid
Os serviços profissionais, administrativos e complementares (3,3%) e os serviços prestados às famílias (8,8%) também cresceram em fevereiro, mas ainda não recuperaram o patamar pré-pandemia. As duas atividades se encontram agora a uma distância de -2,0% e -23,7%, respetivamente.
“Sendo uma das atividades mais afetadas pelas restrições impostas por estados e municípios para enfrentamento da pandemia, serviços prestados às famílias tiveram perdas significativas entre março e maio e ainda oscilam muito, conforme as medidas de isolamento social são relaxadas ou enrijecidas. Os dois meses anteriores foram de queda e, portanto, há um longo caminho a percorrer para a recuperação, estando ainda 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020”, afirmou o pesquisador do IBGE.
Já os outros serviços e informação e comunicação agora se encontram 1% e 2,6% acima do nível de fevereiro de 2020.
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