Vídeos divulgados nesta quinta-feira (22) mostram o momento em que o escrivão da delegada Maria Solidade de Souza recebe a propina paga por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que estava sendo extorquido pela dupla. Nas imagens, é possível ver quando a vítima entrega um envelope contendo R$ 2.500, que seria metade do pagamento exigido pela delegada para liberar o policial de uma investigação por roubo que já havia sido solucionada.
Outra gravação mostra o momento em que policiais do Núcleo de Controle da Atividade Policial (NCAP) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público da Paraíba, fazem a prisão do escrivão, que nega saber da autoria do crime, e encontram o valor pago. As prisões fazem parte da Operação Cara de Pau.
Confira as imagens obtidas pelo ClickPB:
Após a prisão da delegada Maria Solidade, por tentativa de extorsão contra um policial rodoviário federal, o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), Octávio Paulo Neto, comentou que os agentes públicos perderam o temor de cometer crimes. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quinta-feira (22), ele detalhou que a delegada foi detida, por força de mandado de prisão preventiva, pois “ela exigiu determinado pagamento de valores para poder minorar as consequências de um eventual inquérito” contra um PRF.
“O caso é emblemático porque demonstra que, infelizmente, o sistema de Justiça precisa ser repensado. Essa já é, me parece, a segunda ou terceira ação penal em face dela por crimes cometidos no exercício da função”, explicou Octávio Paulo Neto, ao programa Arapuan Verdade.
De acordo com o promotor, “no (crime) de hoje ela foi presa preventivamente a pedido do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) do Ministério Público da Paraíba, em conjunto com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), por concussão. Ou seja, ela extorquiu. E o que é mais emblemático ainda é que ela estava extorquindo um policial rodoviário federal.”
Ainda conforme o promotor do Gaeco, isso “demonstra que o Brasil precisa repensar seriamente seus institutos porque, por mais esforço que a gente empreenda, as pessoas não estão tendo o temor de cometer essas práticas. Eu fico me perguntando e imaginando o que uma pessoa que exerce um cargo público como esse é capaz de fazer contra um cidadão comum se ela faz isso com um policial.”
Discussion about this post