A Justiça paraibana procura um magistrado que analise e julgue mais recente denúncia apresentada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB) contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), mais quatro irmãos e demais familiares no âmbito da Operação Calvário. É que o juiz Antônio Maroja Limeira Filho, da 6ª Vara Criminal de João Pessoa, se averbou suspeito para o caso sob a alegação de questões de foro íntimo.
Na semana passada, a juíza Shirley Arantes Moreira Régis também não se sentiu apta a julgar o caso. Como se sabe, o MP apresentou uma nova denúncia contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e seus irmãos Coriolano Coutinho, Valéria Coutinho, Viviane Coutinho e Raquel Coutinho, além de Denise Krummenauer Pahim, Breno Dornelles Pahim Filho e Breno Dornelles Pahim no âmbito da Operação Calvário. Os investigados são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
De acordo com as investigações, a união das famílias Coutinho e Pahim resultou na criação de empresas que teriam sido beneficiadas economicamente durante as gestões do ex-governador Ricardo Coutinho na Paraíba. A força-tarefa da Operação Calvário, que tem à frente o Gaeco, apura se a criação dessas sociedades e alteração contratuais por parte dos denunciados visavam ocultar valores.
Um dos órgãos usados pelas sociedades, de acordo com os investigadores, é o Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB). Uma das empresas buscava firmar credenciamento e contratos junto ao órgão. O ingresso, porém, só era possível mediante o pagamento de propina à organização criminosa ou a atores que teriam participação no esquema.
Operação Calvário
A Operação Calvário, tendo à frente o MPPB, investiga, desde o fim de 2018, uma suposta organização criminosa que teria desviados recursos dos cofres públicos da Paraíba durante os governos do PSB, do ex-governador Ricardo Coutinho, inclusive no período em que esteve à frente da Prefeitura de João Pessoa.
Ao todo, já foram oferecidas 21 denúncias contra 145 pessoas, dentre elas Ricardo Coutinho, familiares, deputados, ex-secretários de Estado, empresários e outros políticos. Já foram encontrados, segundo a força tarefa, desvios superiores a R$ 373 milhões.
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