Lulopetismo não empolga mais as ruas e pesquisas estão em descompasso com a realidade; por Ivandro Oliveira

O cenário político e eleitoral brasileiro está cada vez mais ser difícil de ser decifrado por analistas, simpatizantes e até pelos pitaqueiros de plantão. É que há algo solto no ar, que não encontra sintonia com a realidade, e que começa a intrigar os mais atentos ou menos ‘apaixonados’ por um lado ou outro da atual polarização reinante no Brasil.

As últimas mobilizações de ruas promovidas por  bolsonaristas e lulopetistas desautorizam qualquer pessoa a se basear em pesquisa eleitoral, a despeito de todo o caráter científico das aferições realizadas. De fato, os números divulgados pelos mais diferentes institutos não guardam harmonia com que o se viu nas ruas e, por isso, não refletem e nem traduzem o sentimento real das pessoas.

O que se percebe, até de forma mais latente, é que o PT, que já tinha perdido as ruas em 2013, continua patinando e isso pode dizer muito sobre o futuro e as chances de Luiz Inácio Lula da Silva retornar à Presidência da República, em 2023. Ora, não é estranho que Lula, no alto de uma suposta liderança  na corrida eleitoral, a julgar pelas últimas aferições, passe tão incólume às ruas e aos protestos contra seu virtual principal adversários?

Claro que sim, e isso pode ser explicado no fracasso dos protestos deste final de semana contra Jair Bolsonaro, uma espécie de repetição incipiente adesão dos protestos de 2015 e 2016, para impedir o impeachment de Dilma Rousseff, e os de 2017 e 2018, para tirar o próprio  Lula da prisão, em Curitiba.

A verdade é que Lula se alimenta dos eventuais desgastes de Bolsonaro e seu hipotético favoritismo, conforme as últimas pesquisas, representa o sentimento de um eleitor desestimulado, embora disposto a votar no menos ruim. Entre o passado que nos aprisiona e o presente que nos atemoriza, existe um contingente imenso de brasileiros  à espera de uma luz, que não quer nem um nem outro, mas alguém que consiga dar forma e corpo a um projeto novo, distante de radicalismos de lado a lado, e que seja capaz de devolver a esperança de dias melhores para brasileiros e brasileiras.