A Secretaria de Estado da Saúde confirmou na tarde deste sábado (12) o quarto caso de variante ômicron do novo coronavírus em São Paulo. O infectado é um homem de 67 anos, morador da capital paulista, que não viajou para o exterior, ao contrário dos casos anteriores, de pessoas vindas da África.
Segundo o governo João Doria (PSDB), o paciente está com esquema vacinal completo e tomou a dose de reforço com Pfizer. Ele sentiu apenas sintomas leves, como calafrio.
“O paciente teve diagnóstico positivo para Covid-19 no dia 7 de dezembro, após realizar um teste de PCR e sua amostra foi submetida a sequenciamento genético, tendo a ômicron como resultado. Ele está realizando isolamento domiciliar”, afirmou o governo.
A vigilância sanitária da Secretaria Municipal da Saúde está buscando pessoas que possam ter tido contato com o paciente. Um parente já foi testado e apresentou resultado negativo para Covid-19.
“Ainda não é possível confirmar se a situação configura transmissão local, justamente porque está em curso esse mapeamento de contatos”, afirmou a secretaria estadual em nota.
Os casos anteriores também estavam com o esquema vacinal completo e relataram sintomas leves ou assintomáticos.
A última confirmação importada ocorreu no dia 1° e refere-se a um homem de 29 anos, testado ao desembarcar no Brasil no aeroporto de Guarulhos, cidade onde seguiu monitorado pela Vigilância municipal.
Os outros dois são um casal de missionários, um homem de 41 anos e uma mulher de 37. Eles desembarcaram em Guarulhos, no último dia 23, vindo da África do Sul. Ambos foram a um laboratório do terminal do aeroporto e testaram positivo para a Covid. Os dois foram testados na última quarta-feira (8) e puderam deixar o isolamento, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Por causa da variante ômicron, o governo federal publicou uma portaria na quinta-feira (9) exigindo quarentena de cinco dias aos que chegarem em voos internacionais sem apresentar passaporte de vacina, além de teste realizado até 72 horas antes do embarque, e a apresentação de comprovante de vacinação ou de teste negativo na fronteira terrestre.
Após o ataque hacker ao Ministério da Saúde, o governo Bolsonaro vai adiar em uma semana a aplicação das novas regras para o ingresso de viajantes no Brasil e só começam a valer no próximo dia 18.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (11) ser contrário à decisão de seu próprio governo de determinar quarentena de cinco dias para os viajantes não vacinados contra Covid-19 que entrarem no Brasil.
Ele afirmou que acatou uma decisão do Ministério da Saúde, mas que, em sua avaliação, a melhor medida seria apenas cobrar um teste de PCR das pessoas que ingressarem no país.
“Eu não acho nada. Quem decidiu foi o Ministério da Saúde. Eles que decidiram cinco dias. Foi a palavra final, chegaram para mim… Entrou lá a vacinação. Por mim nem entraria a vacinação, teria apenas o PCR. A vacinação não impede o contágio”, afirmou ele, após a formatura de militares da Marinha no Rio de Janeiro.
RISCOS
A existência da nova cepa foi reportada à Organização Mundial da Saúde (OMS) no último dia 24 após o surgimento de casos na África do Sul. Desde então, houve a confirmação de infecções provocadas pela ômicron nos cinco continentes.
“Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune, e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada”, afirmou a entidade no último dia 29.
No mesmo dia, ministros da Saúde de países do G7 alertaram que a variante requer ação urgente. “A comunidade internacional enfrenta a ameaça de uma nova variante altamente transmissível da Covid-19, que requer ação urgente”, disseram os ministros em um comunicado conjunto.
Folhapress
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