A Polícia Federal (PF) prendeu o advogado José Yunes, na manhã desta quinta-feira (29). Yunes é amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer. A decisão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
O advogado foi citado na delação do doleiro Lucio Funaro e prestou depoimento à PF no inquérito que apura se decretos presidenciais favoreceram empresas do setor de portos em troca de propina.
A Operação Skala também prendeu Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB).
Outro amigo de Temer que também foi detido pela PF nesta manhã é o Coronel João Baptista Lima Filho. Chamado a depor, o coronel aposentado da PM paulista apresentou sucessivos atestados médicos. Relatório da PF mostra 12 telefonemas entre Lima e Temer na época da edição do decreto. A PF também apreendeu documentos em que Lima aparece pagando despesas da família do presidente.
O advogado de Yunes, José Luis de Oliveira Lima, informou que se trata de uma prisão temporária de cinco dias.
— É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania — afirmou Oliveira Lima.
Entenda o caso – O inquérito para apurar se a Rodrimar pagou propina para obter vantagens no decreto dos Portos foi aberto após a delação premiada de Joesley Batista e outros executivos da JBS.
Além de Temer, Yunes e os donos da Rodrimar, outras pessoas são investigadas no caso, como o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures — ex-assessor de Temer flagrado carregando uma mala de dinheiro — e o coronel João Baptista Lima Filho, também amigo do presidente.
Temer é investigado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O decreto foi editado em maio de 2017, e ampliou de 25 para 35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos. O novo texto também permite a prorrogação de contratos por até 70 anos.
Com informações da RBS
Discussion about this post