O advogado Antônio Ricardo Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, enviou um requerimento, nesta segunda-feira, para a Polícia Federal de Santos, pedindo que seja investigada a possibilidade de “sabotagem” no avião que caiu em agosto de 2014, durante as eleições gerais, matando o então candidato do PSB à Presidência e outras seis pessoas. O requerimento foi protocolado em um inquérito policial na Justiça Federal de São Paulo.
De acordo com Antônio Campos, após estudos e pareceres de peritos particulares que acompanham o caso, um fato “grave e relevante na investigação da causa do acidente” pode mudar o “curso da investigação”.
“O Speed Sensor da aeronave à toda evidência foi desligado, intencional ou não intencionalmente, sendo essa última hipótese de não intencional improvável, o que caracteriza que o avião foi preparado para cair, o que caracteriza sabotagem e homicídio culposo ou doloso”, diz no requerimento.
A família de Eduardo Campos contesta a versão apresentada pelo laudo feito pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre o acidente. De acordo com a mãe de Eduardo, Ana Lucia Arraes de Alencar e Antônio Campos, irmão do político, o laudo que aponta a culpa do acidente a uma falha humana, é inconsistente.
O Relatório de Investigação do Controle do Espaço Aéreo (Ricea) teria demonstrado, segundo os familiares, certos equívocos na conclusão do Cenipa.
SUCESSÃO DE ERROS DERRUBOU AVIÃO, SEGUNDO RELATÓRIO
Uma sucessão de erros que incluíram a tentativa de buscar um “atalho” para abreviar a aterrissagem levou ao acidente com o avião Cessna C560 XLS+ que matou o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas em 13 de agosto de 2014, em Santos (SP), segundo o Cenipa. A investigação descartou falhas técnicas na aeronave, mas apontou problemas operacionais que podem ter contribuído.
— O perfil do voo reduziria o tempo em até cinco minutos. O perfil não era aprovado nas regras para operar com instrumentos — afirmou o tenente-coronel aviador Raul de Souza, que coordenou as investigações.
Após tentarem chegar diretamente à pista os pilotos não conseguiram pousar e decidiram arremeter. Este movimento também foi feito em desacordo com os procedimentos previstos. Eles deveriam arremeter antes de chegar à pista, mas há relato, tido como confiável, de que sobrevoaram o local em baixa altitude antes de desistir do pouso.
OGlobo
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