Os três principais jornais de circulação nacional expressaram, em editoriais, a defesa da prisão em segunda instância e a manutenção da decisão tomada pelo TRF-4, de Porto Alegre, que confirmou a decisão do juiz Sérgio Moro condenando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no rumoroso caso do “Tríplex do Guarujá”.
A Folha de São Paulo diz que “a despeito de mudanças da composição e de opiniões individuais no Supremo, os magistrados farão melhor em não rever uma decisão tão recente — e não somente por ser ela virtuosa. Importa, também, preservar a estabilidade jurídica e institucional do país. Tais observações independem do caso particular do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado pelo TRF da 4ª Região e cujo pedido de habeas corpus deverá ser examinado nesta quarta-feira pelo tribunal.”
O Estadão, em editorial, defende a prisão de Lula e aponta: “matreiro como ele só, o demiurgo de Garanhuns parece intuir que a lei não serve para ele, pois sempre terá o Supremo para interpretá-la a seu favor – razão pela qual pode sair País afora a fazer comícios fora de época, a insultar juízes, promotores e a imprensa e a enxovalhar a imagem do Brasil no exterior sem que nada lhe aconteça. Quando disse confiar nas ‘instâncias superiores’, Lula tinha certeza de que ali, no Supremo, seu caso teria tratamento político – porque, do ponto de vista jurídico, não cabiam mais dúvidas sobre sua culpa. Infelizmente, o petista pode ter razão.
Já o jornal O Globo, defende que “se o julgamento beneficiar apenas Lula, ficará consagrado o retrocesso antirrepublicano de o sistema judiciário brasileiro, por meio da mais alta Corte, proteger os poderosos da política. Caso, além disso, vença o grupo na Corte que deseja, numa interpretação conveniente da Carta, permitir a volta de todos os possíveis recursos ao condenado em segundo grau, será o mais certeiro golpe na Lava Jato e em qualquer outra ação de Estado contra criminosos de colarinho branco.”
E crava: “como a lei ‘vale para todos’, também serão beneficiados criminosos comuns que já cumprem pena a partir da segunda instância: homicidas, assaltantes, pedófilos etc. O que foi alertado pelo juiz Sergio Moro em recente programa Roda Viva, da TV Cultura.”
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