Preso durante a Operação Xeque-Mate, o prefeito de Cabedelo, Leto Viana, não é mais o presidente do Partido Republicano Progressista (PRP) na Paraíba. A Executiva da sigla decidiu afastá-lo de forma temporária para avaliar as acusações apresentadas contra ele. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (4) pelo presidente nacional do partido, Ovasco Resende.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público da Paraíba (MPPB), Leto é o cabeça de uma organização criminosa que funcionava na prefeitura de Cabedelo e também na Câmara Municipal da cidade. O esquema contava com coação de vereadores, emprego de funcionários fantasmas e doações de terrenos públicos de forma irregular. As investigações apontam que foram desviados dos cofres públicos cerca de R$ 30 milhões. Existe também a suspeita de Leto teria comprado o mandato de prefeito em 2013.
“Esse é um momento de muita tristeza, causou um espanto muito grande. A Justiça vai esclarecer, tem que investigar”, afirmou Ovasco Resende. “Pelo PRP, nós decidimos afastar provisoriamente o Leto da direção estadual até que tudo seja esclarecido. Ele vai ter todo direito ao contraditório”, explicou o presidente do partido.
Ovasco disse que a Executiva Nacional vai encaminhar um representante à Paraíba para sentar com a os membros da estadual e decidir como ficará a sigla no estado. “O comando do partido pode ficar inclusive com algúem que atualmente não está no PRP, temos vários grupos interessados em compor conosco”, destacou.
Operação Xeque-Mate
Além de Leto, outros seis filiados ao PRP, todos vereadores, estão envolvidos na Operação Xeque-Mate. Sendo que três foram presos, entre eles o presidente da Câmara, Lúcio José do Nascimento Araújo, e a primeira-dama Jacqueline Monteiro Franca . Os outros três foram afastados do cargo.
Apesar disso, Ovasco disse que a princípio a punição aplicada ao prefeito que não vai ser estendida aos outros membros da sigla que são investigados. “Estamos afastando apenas a pessoa que liderava o partido, que fazia todas as filiações, que instalava as comissões provisórias. Esse prazo de afastamento vai depender também da Justiça, precisamos saber detalhadamente quais são as acusações”, pontuou.
Segundo a PF, os investigados vão responder por formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e fraude licitatória . O prefeito também deve ser acionado por crime de responsabilidade.
Jornal da Paraíba
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