Uma mulher de 38 anos foi presa pela Polícia Civil de Catalão, em Goiás, na segunda-feira (2), após confessar o assassinato de Ana Vitória Pereira, 19. Ao se entregar, a autora revelou que cometeu o crime no último sábado (31) ao descobrir que a vítima, funcionária em seu restaurante e amiga pessoal, tinha um caso extraconjugal com seu marido, 34.
O relacionamento da jovem era desaprovado pela sua família, que alertava para algum desfecho trágico. “Eu e meu marido, que é padrasto dela, avisávamos que ela era muito amiga, que quando ela descobrisse iria acontecer alguma coisa, ela poderia sair machucada. Mas ela era muito nova, muito ingênua”, contou ao UOL Silvonete Alves, mãe da vítima.
“Ela começou trabalhando no restaurante, mas, depois que a dona engravidou, ela foi chamada para ajudar na casa. Então, ela passou a ficar durante a semana lá na residência, quando começou o relacionamento entre eles”, completou a mãe.
A delegada Alessandra Castro, que conduz o caso na Delegacia da Mulher em Catalão, afirmou ao UOL que o crime aconteceu na tarde do último sábado, no restaurante da própria autora, identificada pelas iniciais A.A.L.B.. O estabelecimento fica à beira da GO-210, na região entre Catalão e Davinópolis, perto da divisa com Minas Gerais.
“Além do relacionamento com o marido, a autora e a vítima eram amigas, o que foi encarado como uma dupla traição”, disse a delegada à reportagem. “A Ana Vitória prestava serviços à acusada tanto no restaurante, como na casa, cuidando do filho de dois anos do casal ou em serviços de limpeza”, completou. A delegada também revelou que o restaurante e a casa da família ficam no mesmo terreno, em uma fazenda à beira da rodovia, a 14 km de Davinópolis.
No sábado, a suspeita viu mensagens da amiga no celular do marido e descobriu o caso entre eles. Depois disso, pediu que Ana Vitória fosse ao restaurante e a buscou em casa. Na cozinha do estabelecimento, ela perguntou à vítima sobre o caso, que foi confirmado.
“De acordo com o depoimento da confissão, Ana Vitória não só confirmou o relacionamento, como também a ofendeu, deixando-a transtornada. Ela, então, pegou um revólver calibre 38 do marido que ficava no local e atirou na cabeça da amiga”, disse a delegada. No momento do crime, o restaurante não tinha tanto movimento.
Logo depois do disparo, a autora se desesperou, correu até sua casa, pegou o carro e fugiu. Aconselhada pelos advogados, ela voltou à cidade na segunda-feira e se entregou. Após prestar depoimento, ela foi dispensada e responderá ao processo em liberdade.
O caso foi enquadrado como homicídio simples, com pena de 6 a 20 anos de prisão. A polícia investiga se há alguma qualificação, como motivo fútil ou impossibilidade de defesa, o que aumentaria a pena para entre 12 e 30 anos.
UOL
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