A Prefeitura de João Pessoa, através de sua Fundação Cultural (Funjope), comemora o aniversário do Tenente Lucena, que dá nome ao Centro Cultural Mangabeira. A programação acontece em dois momentos, nesta quarta-feira (6), às 8h, e no sábado (9), a partir das 18h. Na abertura, a sala de exposições volta a receber público com uma mostra sobre o Tenente Lucena reunindo o acervo disponibilizado pelos familiares.
“Esse é um momento de justa homenagem que a Funjope e a Prefeitura fazem ao Tenente Lucena que deixou um legado muito forte em defesa das culturas populares. Não se pode falar hoje em cultura popular sem pensar no trabalho do Tenente Lucena. Muitos grupos de João Pessoa e da Paraíba têm origem no esforço e no trabalho dele”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele ressaltou que, sem a contribuição da família, possivelmente esse momento de homenagem não aconteceria. Marcus agradeceu à filha do Tenente Lucena, Iguatemi Lucena, e ao vereador Thiago Lucena, neto do homenageado.
Na comemoração do dia 6, haverá apresentação do grupo de folclores de Nilda Passoni, além da musicalidade da Banda 5 de Agosto e a participação de Potyzinho Lucena. No dia 9, tem apresentação do grupo de cultura popular ‘Sementes paraibanas’, na abertura; além do grupo de capoeira do Mestre Ligeirinho e a Quadrilha Sanfona Branca.
Iguatemi Lucena, filha do Tenente Lucena, lembrou que ele foi um bom pai, valorizava a esposa e a figura feminina representada nas três filhas. Era um homem moderno, que se preocupava com a defesa das mulheres. Sugeriu que fosse adotada na Paraíba uma violeta como símbolo de defesa da mulher quando ainda nem se combatia a violência contra as mulheres.
“Essa é a imagem que eu tenho dele, uma imagem para além de romântica, mas como educadora, que me faz ver o valor e a importância das suas ações na preservação da cultura, na educação de jovens, num modelo de recuperação daqueles que estavam à margem da lei ou da sociedade. É essa memória que eu guardo e, tenho certeza, todos os seus nove filhos também”, acrescentou.
Júnior Mangabeira, coordenador do Centro Cultural Mangabeira Tenente Lucena, disse que a valorização da cultura é uma busca constante da gestão e, segundo ele, essa valorização vem de forma coletiva. Uma delas, que considera a mais importante, é reforçar a importância do nome dado ao local, já que a maioria das pessoas conhece apenas por Centro Cultural Mangabeira.
O Centro também está sendo reestruturado com a manutenção de salas de aula, reparos elétricos e pintura. “Estamos preparando uma programação para celebrar o aniversário do Tenente Lucena, apresentando a valorização do artista e trazendo uma cara nova para esse Centro numa data tão especial. É um presente à família e à população em geral”, acrescentou Júnior Mangabeira.
Sobre o Tenente Lucena – João Emídio de Lucena, o Tenente Lucena, nasceu em seis de abril de 1912, no povoado de Campo Grande, em Itabaiana, e tornou-se um dos maiores folcloristas do Brasil. Era estudioso e incentivava os jovens a também seguirem esse caminho e a se dedicarem às tradições populares.
O livro Tenente Lucena, de Piragibe Lucena, conta que o homenageado era primo segundo do sanfoneiro Sivuca. Em 1918, a família foi morar em São João do Sabugi (RN). Em 1928, João Emídio entrou para a banda de música local, tocando corneta, depois piston e trombone. Cresceu como músico, fundou corais infantis e abrigos de menores carentes.
Foi um dos maiores folcloristas do Brasil, representando a cultura popular paraibana e nordestina. Com seu grupo ‘Terra Seca’ preservou as tradições, usos e artes do povo nordestino, pesquisou e recriou danças populares, em contribuição ao folclore. Foi ainda ator nos filmes paraibanos ‘O salário da morte’, ‘Bagaceira’, ‘Fogo Morto’ e ‘A Canga’. Faleceu em João Pessoa no dia 9 de julho de 1985.
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