O dólar fechou em queda de 0,28%, cotado a R$ 4,6766, nesta terça-feira (12), após os investidores avaliarem os dados da inflação dos EUA, que vieram acima do esperado em março e podem intensificar a pressão por aumentos nos juros daquele país.
Com o resultado desta terça, a moeda passou a acumular baixa de 1,74% na parcial do mês. No ano, tem queda de 16,11% frente ao real.
O dólar foi à máxima intradiária (de R$ 4,6965, alta de 0,11%) ainda nos primeiros negócios, em meio à ansiedade antes da divulgação de dados de inflação nos EUA.
Os números foram publicados às 9h30 (de Brasília) e trouxeram alguns indicativos de inflação já no pico do ciclo, o que acabou derrubando o dólar no mundo. Logo depois, a moeda no Brasil caiu à mínima da sessão: R$ 4,622, queda de 1,48%.
No entanto, a demanda pela moeda retornou, à medida que investidores analisavam outras informações do índice de preços — que veio acima do esperado e bateu a maior leitura anual em cerca de quatro décadas.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, os investidores avaliam dados de inflação nos Estados Unidos que subiu a 8,5% em março, estimulando apostas de aumentos maiores na taxa de juros norte-americana.
Os preços do petróleo subiam com esperanças de alívio nas restrições em algumas áreas de Xangai devido à Covid-19 e após a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) alertar que seria impossível substituir possíveis perdas de oferta da Rússia.
Por aqui, o IBGE divulgou o resultado do setor de serviços em fevereiro, que recuou 0,2%, no segundo mês seguido de queda – acumulando recuo de 2% no ano.
Os investidores seguiam de olho na trajetória dos juros no país e nos próximos passos do Banco Central, depois que o resultado de março do IPCA veio acima do esperado e colocou em xeque a perspectiva de encerramento do ciclo de aperto monetário em maio.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que o resultado da inflação de março foi uma “surpresa” e os núcleos do IPCA “estão muito altos”, aumentando as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 2022 para além de 13% ao ano.
Juros mais altos no Brasil tornam a moeda local mais interessante para investidores que buscam rendimento em ativos mais arriscados.
G1 Economia
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