O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou à Justiça que a presidente afastada Dilma Rousseff mentiu quando disse que aprovou a compra da refinaria de Pasadena por não ter informações completas sobre o negócio. Cerveró também disse supor que Dilma sabia que políticos do PT receberam propina para a compra da refinaria de Pasadena. Os termos da delação premiada foram tornados públicos nesta quinta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. As informações são dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo.
“Dilma tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena”, disse Cerveró em depoimento.
Para reforçar a sua fala, Cerveró acrescentou que Dilma, que presidiu o Conselho de Administração da estatal, tinha grande proximidade com a empresa, contando inclusive com um escritório na sede da Petrobras no Rio de Janeiro.
“Dilma conhecia com detalhes os negócios da Petrobras”, afirmou.
Cerveró também deixa claro que não soube de nenhum pedido de propina feito pela presidente.
“Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras; que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores”, afirma o documento.
O ex-diretor da estatal diz também que o negócio que envolveu a compra da refinaria de Pasadena foi feito às pressas, de maneira pouco usual. Ele acrescenta que era comum o Conselho de Administração da Petrobras solicitar informações adicionais a respeito de transações do tipo, mas que isso não ocorreu no caso da refinaria.
Cerveró falou sobre o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que, segundo ele, teria cobrado propina com o objetivo de utilizar o dinheiro na sua campanha para governador do Mato Grosso do Sul.
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