A Operação Cartola, deflagrada na madrugada desta segunda-feira (09), pela Polícia Civil para apurar um suposto esquema de manipulação de resultados no Campeonato Paraibano de Futebol, adulteração de documentos, interferência em decisões da justiça desportiva (TJD) e desvio de valores oriundos de partidas de futebol profissional, atinge também o Gol de Placa, principal programa de incentivo ao esporte do Governo do Estado, segundo informações colhidas pelo Tá na Área.
A operação foi realizada pela superintendência de João Pessoa e Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF), em parceria com o Ministério Público Estadual, através do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO).
Uma fonte do Portal Tá Na Área revelou que boa parte da fraude consiste em aumentar, por parte dos dirigentes dos clubes, o número de pagantes nos estádios para elevar a arrecadação do Gol de Placa, forjando o borderô.
A Operação investiga supostos crimes cometidos por uma organização composta por membros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e dirigentes de clubes de futebol profissional do Estado da Paraíba (CARTOLAS).
Ao todo foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão, nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras. O cumprimento dos mandados contou com a atuação de 230 policiais civis de diversas cidades da Paraíba.
Segundo a Polícia, foi possível identificar a existência de dois núcleos principais, com aproximadamente 80 membros identificados, sendo o primeiro – liderança – formado por membros da FPF, CEAF e Dirigentes de clubes de futebol profissional. Este núcleo (CARTOLA) é responsável pelas decisões mais importantes relacionadas ao meio do futebol Paraibano e conta com uma sofisticada rede de proteção / elevado grau de articulação institucional.
O segundo núcleo identificado é formado por membros executores ligados à CEAF (arbitragem), funcionários da FPF e de clubes de futebol, que atuam segundo a direção / determinação do núcleo principal.
Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, manipulação de resultados (crimes do estatuto do torcedor) e por outras condutas sob apuração.
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