Ricardo sempre jogou baixo contra Lígia e população era enganada por tabela
Sempre dizem que a política da Paraíba é muito dinâmica e muitas vezes surpreendente. Mas, algumas vezes, ultrapassa todos os limites da razoabilidade. Um bom exemplo disso é todo o imbróglio que envolveu o governador Ricardo Coutinho (PSB) e a sua vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) nos últimos tempos e que culminou num litígio, mais um para conta do socialista que, definitivamente, não confia na própria sombra e tampouco em seus companheiros de chapa.
O que se viu desde a última sexta-feira (06), quando o governador resolveu permanecer onde sempre esteve, isto é, no poder, foi um massacre contra Lígia e o seu esposo, o deputado federal Damião Feliciano, enxotados do governo que tanto trabalharam para (re) eleger sob a indecorosa pecha de traidores, a julgar pelos que vociferam o adestrado secretário de Comunicação do governo e o domesticado pré-candidato João Azevedo, além de outras pétalas e demais convivas do jardim girassol. No cumprimento de ordens superiores, a ideia ou psicose do momento é destruir e por completo a imagem dos Felicianos, retomando uma escrita iniciada lá atrás quando vilipendiaram covardemente Renato, o primogênito do casal.
O grave em tudo isso é que, ao mesmo tempo em ordenava o massacre a Lígia e ao marido, as informações eram de que o governador tentava um acordo para deixar o governo e ser candidato a senador. Pior, as tentativas de acordo ocorriam depois do governador anunciar, em entrevista coletiva, com todas as pompas e circunstâncias, que iria ficar no governo e defender o tal “projeto”.
Acrescente aí um fato não menos estarrecedor: o governador anunciou que iria ficar no governo desde o ano passado. Ora, se há sete ou oito meses o governador já propagava que iria ficar no governo o que, então, queria negociar com sua vice? Bom, esse é um tipo de questionamento insofismavelmente difícil de responder.
A verdade é o que se tem, na prática, é um jogo muito sujo e pesado, cujo enredo não faz inveja ao mais fétido dos porões, algo bem típico de quem faz política nos moldes do faça o que digo, mas não faça o que eu faço.
Vejamos o seguinte: o governador Ricardo Coutinho dizia, desde o ano passado, que iria ficar no governo, mas, em verdade, queria sair para ser candidato. As declarações eram apenas uma tática nada republicana para forçar Lígia Feliciano a negociar. Mas, negociar o quê? Mistério…
Falaram muito que quiseram, inclusive, impor uma renúncia a Ligia, uma suprema humilhação. Que se dê nomes aos bois. Esse jogo de pressão do governador contra Lígia não é da democracia e cheira muito mal. É coisa da velha política, do dois pra mim e um pra tu, do toma lá dá cá, enfim, de tudo aquilo que menos interessa aos paraibanos e paraibanas.
Outra: esse jogo, que incluía até a possibilidade de renúncia do governador nos últimos minutos do prazo, depois de uma coletiva anunciando o contrário, é enganador. Tentava enganar Lígia, enganava aliados e, sobretudo, enganava a população. Jogo subterrâneo de quem é age e pensa subrrepticiamente.
Esse tipo de política não é consentânea com os novos tempos. O jogo comandando pelo governador Ricardo Coutinho é da política das velhas raposas dos anos 30 e 40 do século passado. Nada de diferente, porque as suas idéias, como diria Cazuza, não correspondem aos fatos. E a Paraíba, pobre e pequenina, continua no atoleiro do atraso.
Equipe Tá na Área
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