O senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, adotou cautela acerca do pedido da Procuradoria Geral da República de prender o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), acusado de tentar obstruir investigações da operação Lava Jato.
“Esse é um momento muito delicado da história do Brasil. Existe um clamor público que termina pressionando as instituições, mas não podemos em nome desse clamor público transformar o país em um estado policialesco onde até mesmo a emissão de uma opinião em uma conversa privada possa justificar um pedido de prisão. É preciso ir devagar com o andor porque o santo é de barro”, disse o tucano.
Segundo ele, conversas nas quais Renan aparece discutindo temas relacionados à Operação Lava Jato com o então conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Fabiano Silveira e com o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado seriam a mera verbalização de uma opinião, e não tratativas claras de obstrução da Justiça.
“O Ministério Público pode até estar cumprindo seu papel, mas caberá ao STF examinar esse pedido com muita cautela, com muita prudência. É preciso a caracterização de um ato concreto de obstrução para embasar o pedido”, alegou.
O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Janot também pediu ao STF o afastamento de Renan da presidência do Senado.
Diálogo revelou que Renan chamou o procurador geral da República, Rodrigo Janot, de mau caráter e disse que trabalhou para evitar a recondução dele para o comando do Ministério Público, mas ficou isolado.
Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro afirmou que pagou ao menos R$ 70 milhões desviados de contratos da subsidiária da Petrobras para líderes do PMDB no Senado.
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