Ao deixar a marca dos pés no memorial da Arena de Pernambuco, Rivaldo não escondeu a emoção de quem deixou o estado há 26 anos para tentar a sorte no Mogi Mirim, em São Paulo. Com o orgulho de quem se tornou no melhor jogador do mundo, em 1999, e conquistou o Mundial de 2002, o ex-jogador lembrou dos tempos difíceis em que chegou a ser dispensado pelo Santa Cruz. Algo inimaginável, quando se fala de um atleta que se tornou ídolo mundial e vestiu camisas como as do Barcelona, Milan, Palmeiras e Corinthians.
– Certamente é uma alegria enorme. Todos os nordestinos sabem das dificuldades. Eu me considero um guerreiro por sair de Pernambuco e ser o melhor do Mundo, campeão do Mundo e conseguir chegar aonde cheguei. Às vezes, viajo no tempo e lembro da minha infância, de como era difícil. Principalmente quando chego na Índia, na China, e as pessoas vêm falar comigo. Quando moleque, o meu sonho era jogar no Santa Cruz e virei ídolo mundial.
Tratado como maior estrela do jogo entre Barcelona Legends e Seleção Pernambucano de Lendas, que acontece às 19h deste sábado, na Arena de Pernambuco, Rivaldo relembrou a fase em que chegou a ouvir o conselho de que era melhor voltar a estudar e abandonar o futebol. Tempo que precisou esconder do próprio pai a saída do Santa Cruz.
– Tinham muitas pessoas que não acreditavam. No Santa, muitos não acreditaram. Fui cortado do Santa, mandaram estudar. Foi triste para mim. Agora é um momento bom para mim. Depois disso, cheguei ao Barcelona e fui reconhecido no mundo todo. Mas não guardo mágoa do Santa Cruz. Sou Santa Cruz e sou grato ao Santa. É outra época, mas foi difícil. Não foi fácil. Foi triste e, depois disso, meu pai faleceu e não ficou sabendo que tinha sido mandado embora do Santa.. Seis meses depois, ele foi atropelado e morreu. Eu fiquei com vergonha de falar. Foi aí que fui jogar no Paulistano. Fiz gol no Santa e tive que voltar para o Santa Cruz. Antes disso, foi difícil.
Sobre a possibilidade de voltar a vestir a camisa do Barcelona, Rivaldo se disse honrado. Principalmente por fazer isso na Arena de Pernambuco. Estádio que não conheceu quando atuava profissionalmente.
– Para mim, é uma satisfação poder jogar esse jogo com a camisa do Barcelona. Sempre que o Barcelona faz esses jogos estou participando. Foi um clube que marcou a minha vida e fico sempre feliz em jogar pelo Barcelona. Ainda mais na minha terra, em um jogo em que minha família estará toda presente e na Arena, que ainda não tinha jogado.
Globoesporte
Discussion about this post