Após as chuvas terem ocasionado a cheia do Rio da Farinha, no município de Cacimba de Areia, no Sertão do estado, moradores tiveram que construir uma tirolesa improvisada para conseguir ter acesso à zona urbana do município. Isso porque a passagem molhada do local – uma estrutura submersa que permite o tráfego de veículos e pessoas mesmo com o aumento do nível da água do rio – foi rompida há cerca de três anos, de modo que a solução encontrada pelos moradores para não ficarem isolados foi a construção desta tirolesa. Pessoas que moram em pelo menos cinco comunidades e um assentamento da zona rural estão sem acesso à cidade.
De acordo com o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município, Aldo Fernandes, quem não utiliza a tirolesa para fazer a travessia, se arrisca passando a pé, já que é impossível atravessar a cheia nos carros e motos.
“Fica muito difícil pra nossa comunidade. Nós moramos em Carnaúba dos Borges, e tem mais três Carnaúbas. Temos um assentamento com 100 famílias que dependem disso aqui. Temos um posto de saúde lá e os médicos não podem ir atender nossa comunidade. É muito difícil!”, lamentou o presidente.
O problema, que perdura há três anos, foi intensificado após as chuvas registradas entre os meses de março e abril terem aumentado o fluxo de água no Rio da Farinha, ocasionando a cheia do rio. Sempre que tem cheia no rio, os moradores usam a tirolesa. A estrutura tem ajudado trabalhadores e estudantes a chegarem na zona urbana.
Em função disso, as aulas de duas escolas da zona rural estão acontecendo parcialmente. Jaqueline Xavier, que é professora de uma dessas escolas, não se arrisca a usar a tirolesa e está há cinco dias sem conseguir dar aulas. “De qualquer forma é prejuízo. Hoje seria dia de aula normal e eu não tenho condições de passar na tirolesa”, comentou.
O secretário de administração do município de Cacimba de Areia, João Batista, informou que a Prefeitura não tem recursos para fazer a obra da passagem molhada. Ele disse ainda que o problema das comunidades já foi pauta do orçamento democrático realizado pelo Governo do Estado e também que a Prefeitura está tentando recursos junto ao Governo Federal, mas que não há previsão para solucionar o problema.
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