O estado do Rio Grande do Norte está sofrendo com uma série de ataques violentos desde a madrugada dessa terça-feira (14). Cerca de 30 cidades potiguares, incluindo a capital, Natal, e a região metropolitana, registraram ataques incendiários a prédios públicos, estabelecimentos comerciais e veículos.
Os crimes estão provocando insegurança na população do estado vizinho, além da redução ou até suspensão total de serviços, como o transporte público.
As ações violentas seriam um protesto dos presidiários sobre as condições precárias nas penitenciárias do estado.
Veja o que se sabe, até agora, e como essa onda de violência afeta a Paraíba.
Início
Os ataques começaram na madrugada de terça-feira (14) para quarta-feira (15). Os criminosos atiraram e incendiaram prédios públicos, estabelecimentos comerciais e veículos em 14 cidades do estado.
Uma pessoa morreu e nove foram presas, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Possíveis motivos
No início, acreditava-se que os crimes seriam uma retaliação a ações repressivas do governo ao crime organizado, que resultaram em prisões de criminosos nas últimas semanas.
Porém, o verdadeiro motivo da violência seria a reivindicação dos presidiários por melhores condições nos presídios, como visita íntima e instalação de aparelhos de TV.
Vítimas
Segundo informações da imprensa do Rio Grande do Norte, duas pessoas morreram em confrontos com a polícia – uma delas era um homem de 29 anos, que foi encontrado pela polícia em uma casa no bairro de Paratibe, em João Pessoa, na manhã de quarta-feira (15).
Outras duas pessoas, funcionárias de transportes públicos, ficaram feridas.
Prisões e apreensões
Segundo balanço divulgado e válido até a tarde desta quinta-feira (16) pelo governo local, pelo menos 43 pessoas já foram presas no Rio Grande do Norte, suspeitas de participar nos ataques criminosos praticados em pelo menos 14 municípios do estado desde o início da semana.
Até o fim da noite de terça-feira (15), 39 artefatos explosivos haviam sido apreendidos, bem como nove galões de gasolina; cinco carros e duas motos, além de drogas, munições e dinheiro.
O que autoridades têm feito
Assim que foram registrados os primeiros ataques, o Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou 100 agentes da Força Nacional e 30 viaturas para auxiliar na segurança. Até esta quarta-feira (15), o governo havia determinado o envio de 220 militares e civis que fazem parte das forças de segurança.
A Polícia Rodoviária Federal também reforçou o patrulhamento em rodovias no interior do estado para controlar a circulação de criminosos. Mais 30 policiais penais de Porto Velho (RO) foram deslocados na quarta-feira para Mossoró (RN), município que tem um presídio federal.
Ainda na quarta-feira (15), a Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba reforçou a segurança nas divisas entre os dois estados, com rondas nas cidades que fazem divisa com território potiguar e abordagem de veículos suspeitos que estão entrando na Paraíba. As ações acontecem principalmente no Vale do Mamanguape.
Já a Polícia Civil intensificou a atuação do setor de Inteligência e trabalha de forma integrada com as demais agências de inteligência do Nordeste, a fim de monitorar as ocorrências e evitar novos ataques.
Segundo o secretário da Segurança e da Defesa Social da Paraíba, Jean Nunes, a pasta mantém contato com o secretário do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, e aguarda do estado vizinho o diagnóstico sobre os fatos, para que seja possível adotar providências complementares.
Em suas redes sociais, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, afirmou que conta com a colaboração da Paraíba e do Ceará no combate aos ataques das facções criminosas.
“Somaremos todos os esforços para tirar o RN dessa situação lamentável. Já há uma queda no número de ocorrências, mas o nosso governo permanece atento e com todo o foco para superarmos o mais rápido possível esse momento difícil”, disse a gestora, no Twitter.
Efeitos na Paraíba
O secretário de Segurança da Paraíba, Jean Nunes, afirmou em entrevista ao programa Correio Verdade, da TV Correio, que não há ameaças de atos do mesmo tipo em municípios paraibanos.
Na imprensa local, ele também criticou a divulgação de informações falsas sobre essas ações e criticou prefeituras de cidades que suspenderam aulas em escolas da rede municipal temendo pela segurança da população.
Portal Correio
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