A aprovação pela Câmara Federal, na noite dessa terça-feira (23), por 372 a 108, do texto-base do novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos como a regra do país para a contenção de despesas da União, consagrou muitos personagens, a começar pelos presidentes das duas casas do Congresso Nacional, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Do lado do governo, um personagem pode bater no peito e se sentir vitorioso. Trata-se do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Na disputa que travava nos bastidores do governo com Rui Costa, ministro da Casa Civil, Haddad mostrou que a sua agenda está mais sintonizada com a do Congresso. Por que ele foi o único representante do executivo na reunião de pessos pesados do PIB com Lira e Pacheco?
A resposta é que Haddad quer levar adiante os principais projetos do governo nas mais diferentes áreas, mas, contudo, sem perder o leme da responsabilidade fiscal. Neste sentido, o recado foi absolutamente claro: a agenda do ministro Rui Costa, apoiada por uma banda significativa do PT e que conta ate com certa simpatia do presidente Lula, não tem amparo e tampouco respaldo do Congresso Nacional.
Em escritos anteriores, aqui mesmo neste espaço, disse que seria muito difícil alterar marcos legais ou compromissos assumidos contemporâneamente pelo país. De fato, o Brasil, definitivamente, não fará qualquer manobra delirante ou que esteja equidistante da agenda que abraçou em tempos recentes e que conta não apenas com a torcida, mas com o humor do próprio mercado.
Os sinais de que os tempos são outros e a agenda mais à esquerda do PT não tem respaldo do PIB nacional e tampouco do congresso Nacional, que já torceu o nariz para as mudanças no Marco do Saneamento, a revisão da privatização da Eletrobras, que, inclusive, não terá guarida do STF, e que continuará a dizer NÃO a qualquer tentativa que esteja fora da verdadeira agenda nacional.
A verdade é que o resultado consagra o equilíbrio e a sensatez do ministro Fernando Haddad frente aos devaneios mais radicais de quem acha e acredita que tudo foi construído de bom no país até aqui, sobretudo no aspecto econômico, pode ser rasgado ou deixado para trás.
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