As plataformas de redes sociais foram e são diferenciais no impulsionamento de perfis e personagens nos mais diferentes aspectos e áreas da vida social e política do mundo. No Brasil, claro, isso não é diferente. Uma análise a partir de um levantamento do multim[idia Alek Maracajá mostra que Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama do país, e Nikolas Ferreira, deputado federal do PL de Minas Gerais e mais votado quantitativamente na última eleição para o cargo, são os ‘queridinhos’ da chama direita conservadora do Brasil.
Confira o escrito de Alek:
Nikolas e Michelle, os novos queridinhos da direita digital
Trago aqui a análise de seis perfis de destaque no cenário político atual neste mês de maio de 2023. Do lado conservador temos os perfis de Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira. Do lado da esquerda temos os perfis de Lula, Janja Silva e André Janones. Os dados, referentes a maio de 2023, foram divulgados pela Ativaweb e coletados com base nos perfis de duas redes do Grupo Meta: Facebook e Instagram.
No primeiro bloco de análise temos o paralelo entre os perfis de Bolsonaro e Lula. Com aproximadamente metade do número de publicações e metade do número de seguidores de Bolsonaro, Lula segue lutando para conquistar seu espaço junto à militância digital. Porém, é possível ver que, mesmo registrando uma queda no volume e na qualidade de relacionamento nos últimos meses, o perfil de Bolsonaro ainda engaja muito mais que o perfil do presidente Lula. Até o dia 29 de maio de 2023, o perfil de Bolsonaro registrava 1,63% de engajamento contra 0,64% de Lula – um ponto à frente.
Já quando confrontamos os perfis de Michelle Bolsonaro e Janja Lula apresentam um volume de engajamento muito maior que o de seus respectivos maridos. Com 5,59% de engajamento, o perfil de Michelle Bolsonaro possui um volume de 3,96 pontos percentuais acima do marido e ex-presidente da república, Jair Bolsonaro.
Por outro lado, Janja, atual primeira-dama, com seus 3,5% de engajamento, está a 2,86 pontos percentuais acima de Lula. Porém os perfis de Michelle e Janja diferem muito entre si. Enquanto o perfil de Janja traz um recorte dos principais acontecimentos do governo Lula, o perfil de Michelle possui uma frequência mais baixa de postagem, tanto quando comparado à Janja quanto quando comparado ao seu marido, Jair Bolsonaro.
O fato é que, mesmo ex-primeira-dama, Michelle surge forte e ganha cada vez mais vida própria num cenário político que há bem pouco tempo só a via como a esposa do presidente.
Mas é no terceiro bloco que podemos ver a real diferença entre o volume de engajamento dos pólos da direita e da esquerda no Brasil. Ao analisarmos duas das figuras mais emblemáticas quando o assunto é militância política no mundo digital, podemos ver que os respectivos expoentes de cada lado diferem, e muito, no volume de interações com seus respectivos seguidores.
De um lado temos o deputado federal Nikolas Ferreira, com 7,6 milhões de seguidores e 1.8 mil publicações. Do outro lado temos o deputado federal André Janones, com 2,3 milhões de seguidores e 3.4 mil publicações. Mas as diferenças não ficam apenas por conta dos números de publicações e seguidores. Quando o assunto é volume de engajamento, Nikolas Ferreira deixa todos os outros analisados para trás e chega a marca dos 9,6% de engajamento – feito que nem Bolsonaro conseguiu em seus melhores meses desde que começamos o acompanhamento em 2018.
Já Janones, que abandonou a última disputa à presidência para apoiar o projeto de lula, especialmente no campo das mídias digitais, alcança o que é considerado um volume de engajamento razoável, 1,48%, mas não chega perto do volume de Nikolas. Ao analisarmos o perfil de cada um, podemos perceber algumas diferenças. A principal delas é o uso de vídeos com recortes virais (entre o público de direita), adotado por Nikolas, enquanto Janones aposta mais em conteúdo escrito.
Mas os dados dos perfis se Nikolas e Janones extrapolam a solidez dos números e nos levam a uma outra reflexão: até que ponto as falhas de estratégia de comunicação (oficial e extraoficial) podem prejudicar a governabilidade do atual presidente?
Veja o detalhamento:
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