“A esporotricose não é transmitida pelo gato”. É o que enfatiza a gerente operacional de Política da Causa Animal, da Secretaria Estadual da Saúde da Saúde (SES), do governo da Paraíba. “A doença, que também às vezes é chamada de ‘doença de jardineiro’, é transmitida por um fungo existente na terra e tanto os gatos quanto os humanos são vítimas desse fungo”, explica Fabíola, preocupada com a proliferação de desinformações nos meios de comunicação “colocando a culpa” da doença nos felinos domésticos.
“Essa informação errada é grave e, além de assustar a população de forma equivocada, coloca em risco a vida desses animais, que já sofrem muito preconceito e perseguição por parte de uma parcela grande da sociedade”, alerta a gerente da causa animal do governo estadual, lembrando que o fungo que causa a esporotricose é encontrado no solo, em troncos de árvores e madeiras jogadas em terrenos baldios. “O gato está mais sujeito a ficar doente porque tem o instinto de afiar as unhas nos troncos das árvores e de fazer covas na terra para enterrar suas fezes. Repito, o gato também é vítima”.
A esporotricose, conforme também explica o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB), é uma doença de caráter zoonótico que coloca em risco a saúde dos animais e dos seres humanos. Assim como a Gerência Operacional de Política da Causa Animal da Paraíba, o CRMV também está preocupado com a de desinformação e que isso possa gerar abandonos ou crueldades com os gatos. “Além disso, temos que difundir sobre os cuidados com a doença e, principalmente, em relação à forma de como preveni-la”, completa Fabíola.
O fungo que causa a doença é do gênero Sporothrix e pode ser encontrado no solo, em palhas, espinhos vegetais, madeira, material em decomposição e em feridas de animais (inclusive cães) que estejam contaminados. Por ser transmitida por contato direto, os gatos que têm acesso à rua e frequentemente entram em disputas com outros gatos por territórios estão mais sujeitos à contaminação.
Conforme o CRMV paraibano, o animal só transmite a doença se estiver infectado e se o ser humano tiver contato com o fungo através de mordeduras e arranhaduras causadas por animais contaminados. Os principais sintomas da doença nos animais são lesões na pele (feridas), que podem iniciar nos membros e evoluir para todo o corpo. Essas feridas, de difícil cicatrização, são circulares e elevadas (pápulas ou nódulos), com perda de pelo ao redor e podem evoluir para ulceração com necrose central crostosa e com exsudato purulento e hemorrágico.
O CRMV também ressalta que esses sinais não são exclusivos da esporotricose, portanto, para fechar o diagnóstico é necessário a realização de exames laboratoriais. Assim, é extremamente importante que o tutor, ao observar lesões na pele do animal, procure um médico-veterinário.
A Semana com Assessoria – Fotos: Juliana Santos e Divulgação – Contato:
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