O governador Ricardo Coutinho (PSB), que utilizou suas redes sociais para denunciar um suposto “abandono” da Prefeitura de João Pessoa com Estação Ciência Cultura e Artes, obra de Niemayer construída quando o socialista foi gestor da Capital, deve ter esquecido os problemas do equipamento entes mesmo de completar um ano de funcionamento. Na época, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) fez uma fiscalização e lançou um relatório apontando várias irregularidades na obra.
O Tá na Área resolveu investigar mais a fundo a situação, identificou outros problemas na obra traçada pelo inesquecível Oscar Niemeyer e constatou algumas contradições que levam a crer que o tuíte do governador Ricardo Coutinho não pode ser levado a sério.
Sem adentar nos méritos, a obra pode ser apontada como a responsável por acelerar o processo de desmoronamento da Barreira de Cabo Branco, o que sobejamente é consenso de dez entre dez ambientalistas ou profissionais de engenharia. Outro fato a merecer atenção, diz respeito a utilização ilegal de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb), num montante de R$ 4,2 milhões, o que chamou atenção do Tribunal de Contas da União (TCU), o que, mais tarde, viria a ser sanado por Luciano Agra, que sucedeu Coutinho na Prefeitura e cuidou de devolver os recursos federais sob pena de penalidades mais sérias do órgão de contas.
Além disso, conforme denunciado, a obra apresentou graves problemas de infraestrutura poucos meses após ser inaugurada. Ainda mais: até hoje, a obra é considerada, do ponto de vista técnico e legal, inconclusa, por apresentar rachaduras, vazamentos e vários problemas de estrutura.
Diz um trecho do documento: “Piso da terceira laje da torre principal apresenta novas trincas em placas vizinhas das que foram recuperadas pela Via Engenharia, fato que demonstra indícios de que a patologia em comento não está estabilizada. Ademais, verificam-se indícios de descolamento em várias placas do piso, supostamente causados por insuficiência de aderência com as camadas inferiores (manta de impermeabilização, por exemplo). Assim, entende-se pela recomendação de que sejam adotadas providências imediatas junto à empresa contratada no sentido se apresentar solução definitiva para os problemas em comento”.
O relatório destaca ainda não ter sido apresentado “o relatório de sondagem do solo, devidamente acompanhado de parecer técnico de especialista em solos, com análise das causas dos recalques ocorridos na região da calçada da lanchonete, e suas relações com os serviços executados pela empresa Queiroz Galvão S.A., além do estudo de estabilização dos recalques que deram origem as trincas na região em comento”.
Em julho de 2017, um novo Relatório foi produzido mostrando que as irregularidades permaneciam.
Com informações de Os Guedes
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