Os quatro dias de forte valorização das ações da Petrobras fizeram a petrolífera retomar o posto de mais valiosa da América Latina, desbancando a Ambev, que ocupava a posição desde outubro de 2014. Impulsionada pela valorização do petróleo nos últimos dias, a petrolífera atingiu R$ 358,9 bilhões em valor de mercado, enquanto a gigante de bebidas fechou o dia com R$ 342,6 bilhões.
Somente nas últimas quatro sessões, a estatal ganhou R$ 56,3 bilhões em valor de mercado. Um dos fatores que explicam a alta é o aumento da cotação do petróleo no exterior, em especial após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a saída do acordo nuclear com o Irã.
O anúncio fez o barril do Brent, negociado em Londres e referência internacional, atingir US$ 77. Mas o resultado da estatal no primeiro trimestre também agradou aos investidores. A Petrobras teve alta de 56,4% no lucro no período, para R$ 6,96 bilhões, e voltou a distribuir juros sobre capital próprio aos acionistas, o que não ocorria desde abril de 2014.
Por outro lado, a Ambev fechou em baixa pelo segundo dia nesta sessão. A gigante de bebidas viu seu lucro subir 13,4% no primeiro trimestre, para R$ 2,598 bilhões, mas os resultados no Brasil foram considerados fracos.
“Tem essa explosão do petróleo, então as ações sobem por reflexo do petróleo e do balanço. A venda de ativos da empresa segue em curso, é um cenário favorável”, diz Rafael Passos, analista da Guide Investimentos.
Em relatório, o banco UBS disse que a Petrobras está sendo negociada com um “desconto significativo” em comparação com seus principais concorrentes.
Segundo o banco, considerando a relação valor de mercado sobre o ebitda [capacidade de geração de caixa da companhia], o desconto estaria entre 25% e 45%, o que o UBS considera muito elevado.
O banco situa a companhia como uma das mais expostas a esse cenário de alta do petróleo na América Latina, ao lado da colombiana Ecopetrol e da argentina YPF.
Apesar de voltar ao topo da Bolsa, a estatal ainda está longe do patamar atingido em 2008, quando chegou a valer mais de R$ 500 bilhões, em valores da época.
No início do governo Dilma Rousseff, em 2010, a empresa valia R$ 380,2 bilhões. A partir daí, diante da insatisfação dos investidores com a gestão da companhia, iniciou uma trajetória de queda que culminou com a perda da liderança para a Ambev em 2012.
Em 2014, durante o período eleitoral, a Petrobras chegou a assumir a ponta novamente, mas despencou após a reeleição de Dilma e chegou a ficar atrás do Itaú Unibanco por cerca de dois anos. Em 2018, as ações da estatal acumulam alta de 60%.
Com informações da Folhapress
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