O senador José Maranhão (PMDB) não viu com bons olhos o remanejamento feito pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) no seu quadro de auxiliares para incluir aliados no Governo do Estado. Isso porque o aliado do peemedebista, Laplace Guedes, que ocupava a titularidade da Secretaria de Turismo passa a responder agora pela Secretaria Executiva de Energia e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esta decisão pode deflagrar um racha entre as duas legendas, aliadas a partir das eleições de 2014. Revoltado, o senador disse que o PMDB não é submisso ao governador e mandou um recado para o socialista: “Fique à vontade para demitir e nomear quem quiser”.
Ricardo Coutinho publicou na edição desta quarta-feira do Diário Oficial as mudanças. O rearranjo serviu para colocar os deputados estaduais licenciados Lindolfo Pires (PROS) na Secretaria de Turismo do Desenvolvimento Econômico e Ricardo Barbosa (PSB) na Secretaria de Representação Institucional. Com estas nomeações, além do remanejamento de Laplace, o socialista confirmou a ascensão do vereador da Capital, Raoni Mendes (Democratas) para a Assembleia Legislativa, e a volta de Sandra Marrocos para a Câmara Municipal de João Pessoa.
Apesar de ter agora um aliado respondendo diretamente por uma pasta que tem forte ligação com o Governo Federal (comandado atualmente pelo peemedebista Michel Temer) por lidar com os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o senador José Maranhão demonstrou não ter ficado satisfeito com a mudança na posição de Laplace Guedes.
“Ricardo Coutinho faça o que quiser com todos os companheiros do PMDB que por ventura estiverem integrando os quadros do governo. Fique à vontade para demitir ou nomear quem ele quiser dos quadros do PMDB”, disse. Segundo ele, o PMDB não deve se submeter às decisões do chefe do Executivo, embora eles tenham se aliado no segundo turno das eleições de 2014, quando o governador Ricardo Coutinho foi reeleito.
José Maranhão destacou que o fato de serem aliados em âmbito estadual não significa que eles precisem estar unidos nas eleições municipais deste ano nas cidades onde as duas legendas têm pré-candidatos. “Não tem nenhum compromisso de apoiar as candidaturas do governador em João Pessoa e em Campina Grande. Isso já é um assunto conhecido e não adianta ficar nesse patinado. Já me pronunciei várias vezes sobre isso. O PMDB não é partido de segunda linha do Palácio da Redenção”, avisou.
O senador ainda afirmou que não houve acordo para que sua sobrinha, Olenka Maranhão, assumisse o mandato na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). “Eu não fiz nenhum acordo com Ricardo Coutinho de submissão pelo fato de Olenka estar na Assembleia. E garantiu que não haverá qualquer reunião partidária para discutir o fim da aliança. “Não tem nenhuma reunião programada sobre esse assunto”, declarou.
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