O jovem morto a tiros após dar voz de assalto a uma policial militar em frente a uma escola em Suzano (Grande São Paulo) já havia sido indiciado em 2017 por latrocínio (roubo seguido de morte), ocultação de cadáver e associação criminosa.
Elivelton Neves Moreira, 20, estava solto porque não havia uma ordem de prisão contra ele –o indiciamento, nesse caso, foi arquivado, à época, pelo Ministério Público.
Na ação do último sábado (12), Moreira acabou surpreendido pela ação da policial militar Kátia Sastre, uma das mães que aguardavam filhos do lado de fora da escola. A cabo da PM estava em seu horário de folga e armada quando reagiu à abordagem do criminoso com três tiros. Ele chegou a ser encaminhado para um hospital, mas morreu.
De acordo com o delegado-chefe de Suzano, Edson Gianuzzi, Moreira havia sido investigado pela mesma unidade onde a morte dele foi agora registrada. Na ocasião, o inquérito policial apontou que era chefe de uma quadrilha que roubou, matou e queimou o aposentado Renato Brígido, de 58 anos, também em Suzano. O corpo ficou desaparecido por 20 dias até ser localizado em Poá (SP).
Além de Moreira, outros seis comparsas foram indiciados e tiveram pedida a prisão temporária. Moreira, porém, não se apresentou durante todo o curso das investigações e, posteriormente, acabou não tendo a prisão pedida pelo MP nem decretada pela Justiça.
“Tivemos na época a denúncia de que ele era mentor e líder desse bando. Mas ele nunca foi localizado – mesmo assim, o indiciamos pelos três crimes: artigo 157, parágrafo terceiro do Código Penal: latrocínio; 211: ocultação de cadáver; e 288, formação de quadrilha”, afirmou o delegado.
Procurado, o Ministério Público Estadual confirmou em nota que houve o arquivamento do caso em relação a Moreira, mas não divulgou o nome da promotora que determinou a medida. O MP alegou que o caso foi arquivado “porque não havia indícios contra Elivelton Neves Moreira. Não houve indício naquele momento e não há novas informações da participação dele nesse processo.”
O delegado de Suzano preferiu não polemizar sobre a decisão da Promotoria. “A polícia trabalha com suspeitas, e eles [promotores], com razões fundadas. Talvez não tenham pedido porque não achassem a denúncia suficiente”, concluiu Gianuzzi
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