A maior seca da história do Brasil favorece a multiplicação dos incêndios florestais. Em dois dias, mais de 9 mil focos foram registrados em todo o país. A má qualidade do ar também atinge milhões de pessoas em vários estados.
Em Londrina, no Paraná, a fumaça encobriu o centro da cidade. Nos primeiros quatro dias do mês, foram registradas 26 ocorrências de incêndios em vegetação, uma média de seis por dia.
O mesmo acontece em Rio Verde, que registra chamas e fumaça para todo lado. Isso porque a cidade está situada no sudoeste goiano, que tem enfrentado um longo período de estiagem, há cerca de 144 dias sem chuvas significativas, o que tem aumentado os riscos de incêndios florestais.
Em Minas Gerais, a cidade vive dias de altas temperaturas e com o tempo seco. Nesta quinta-feira (5), houve recorde na temperatura, chegando a 35°C. No Triângulo Mineiro, as temperaturas chegaram a 40°C.
A situação não é diferente em São Paulo. Em São José do Rio Preto, não chove há mais de 120 dias e a umidade relativa do ar em algumas cidades da região chegou a menos de 9%. Já na região centro-oeste paulista, um incêndio consome uma área de vegetação em Pompeia há seis dias. Ao menos 500 hectares de vegetação já foram consumidos pelo fogo.
Ainda em São Paulo, 16 cidades convivem com incêndios, onde o fogo avança para as cidades vizinhas. A onda de calor obrigou o fechamento temporário de 80 parques paulistas, já que as áreas de mata correm perigo de incêndio.
A capital paulista registra um prejuízo de R$ 2 bilhões ao agronegócio pelos incêndios em áreas de mata. Mais de oito mil propriedades já sofreram algum dano causado pelo fogo no estado.
De acordo com o Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de janeiro a agosto, mais de 145 mil focos de incêndio foram registrados no Brasil. Outros países da América do Sul também enfrentam incêndios.
A seca é o outro lado desta moeda e também uma das causas dos incêndios. Pelo segundo ano consecutivo, a Amazônia vive a ameaça de mais uma estiagem histórica. No Amazonas, todas as 62 cidades estão em situação de emergência. Os níveis dos rios Negro e Solimões chegaram ao patamar mais baixo já registrado e mais de 300 mil pessoas estão sofrendo com a má qualidade do ar e falta de água.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais diz que só a chuva pode apagar os incêndios por completo e isso não deve acontecer nas próximas duas semanas.
- BAND/UOL
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