Bolsonaro vai ter que fazer muito mais que uma conclamação a Lula e ao STF por anistia, isso a pretexto de ‘pacificar’ o país, conforme alardeou na semana passada. Pelo que li e diante de todo o contexto, inclusive pelo fato do ministro Alexandre de Moraes ser o condutor do processo no STF, a situação do ex-presidente é delidassíma. E não só sou eu que penso assim, mas uma ex-aliada do ex-presidente.
Para se defender da acusação de golpe, Bolsonaro precisará assumir que todas as besteiras, asneiras e sandices que disse ao longo do mandato não passaravam de bravatas e que nunca pretendeu se valer da interpretação ampliada do artigo 142, avalia Janaína Paschoal, professora de Direito Penal e Processual Penal da USP e também vereadora eleita por São Paulo.
“Vai precisar confessar que fugiu para os EUA, quando a ideia ficou maior que a personagem. O problema é que, ao assim proceder, escapará da condenação da Justiça, mas será desmascarado diante de seus adoradores”, vislumbra Paschoal.
E mais:
“Vocês me desculpem dizer, mas Bolsonaro sempre gostou de vida boa, jamais encararia aqueles planos mirabolantes criados por crença nas xaropadas que ele entoava para ganhar like. Quanto à PGR, não vejo por onde oferecer denúncia, sem pedir mais diligências. Não vislumbro responsabilidade penal a todos os indiciados. O relatório da PF não chega a ser uma ficção, mas foi além do que pode ser considerado relevante penal. Vão precisar enxugar e focar”, prevê.
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