Em audiência pública proposta pelo vereador Lucas de Brito (PV) na Câmara Municipal de João Pessoa, os servidores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) expuseram a situação financeira e administrativa da instituição por conta de cortes no orçamento por parte do Governo do Estado. No evento, ocorrido na nesta sexta-feira (8), foram detalhados os problemas, mas também cobradas soluções para que não haja prejuízo à sociedade paraibana.
Participaram da audiência, membros da Reitoria, diretores, professores e representantes de sindicatos das categorias. Todos tiveram a oportunidade de usar a tribuna e expor as dificuldades pelas quais passa a universidade. “A UEPB teve um corte orçamentário de R$ 30 milhões apesar do crescimento da receita corrente líquida do Estado em R$ 300 milhões no mesmo período”, destaca Lucas ao se referir ao atual governo.
Na audiência, os representantes da instituição denunciaram a falta de prioridade com que tem sido tratada a educação superior no Estado. A universidade tem 28 cursos de licenciatura, além de 24 cursos de bacharelado e 8 campi espalhados na Paraíba. “É responsável pela capilarização do ensino superior paraibano, e tem alunos, muitos dos quais de baixa renda, que não teriam outra forma de acessar a educação de ensino superior se não fosse a existência imprescindível da UEPB”, acrescentou o parlamentar.
A mesa ainda foi formada pelo deputado Raniery Paulino (MDB), pelos professores da UEPB, Rangel Júnior (reitor), Luciano Albino (pró-reitor de Planejamento), Jaqueline Barrancos (diretora do Campus 5 em João Pessoa), Hamilton França (diretor-adjunto do Centro de Ciências Jurídicas) e o presidente em exercício da Associação dos Docentes (Aduepb), Leonardo Soares. Também compuseram a mesa o vice-presidente do Sindicato dos Técnicos da UEPB (Sintes-pb), Gustavo Araújo, e o coordenador de Comunicação da instituição, Hipólito Lucena.
O reitor Rangel Júnior fez uma retrospectiva histórica do surgimento da UEPB, estadualização, implantação de cursos, as lutas pela autonomia financeira e administrativa da instituição, além das inúmeras conquistas ao longo dos anos. Lucas de Brito afirmou que os servidores denunciaram a possibilidade concreta de fechamento de cursos por falta de orçamento devido aos cortes. “Pela primeira vez a UEPB vai trabalhar com percentual abaixo de 4% da receita corrente liquida como acontecerá em 2018”, lamentou.
Sobre a UEPB – Fundada em 15 de março de 1966, a UEPB tem hoje 52 cursos de graduação, 20 programas de pós-graduação, 21 mil estudantes, 1.320 professores, dos quais 500 são doutores. A instituição possui campi nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Lagoa Seca, Catolé do Rocha, Monteiro, Araruna e Patos. Entre os projetos e trabalhos desenvolvidos para capacitar os estudantes estão as clinicas com especialização em odontologia, saúde bucal, microcefalia, fisioterapia, psicologia, além de vários estudos na área de ciências agrarias, sobre o semiárido (agroecologia) e no Núcleo de Tecnologia Estratégica em Saúde (NUTS).
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