Roger e Jonathas não são os centroavantes dos sonhos da torcida, mas um deles precisa ser titular do Corinthians. A derrota por 1 a 0 para o Grêmio, no último sábado, em Itaquera, pelo Brasileirão, somente reforçou os problemas que o Timão vem apresentando no ataque. Jogar sem uma referência na área torna tudo ainda mais difícil.
Osmar Loss insiste na estratégia de ter um setor ofensivo sem uma jogador fixo e, sim, com jogadores de mais mobilidade. Aquele mesmo 4-2-4 que funcionou tão bem com Fábio Carille. A diferença é que Rodriguinho já saiu do clube. Romero, Pedrinho, Araos e Jadson, titulares diante dos gaúchos, estão muito distantes da eficiência que tinha o meia/centroavante.
As constantes trocas de sistema de jogo nas últimas partidas parecem até confundir os próprios atletas. O Corinthians entrou em campo contra o Grêmio com as linhas distantes e sem muito saber o que fazer com a bola no momento de atacar. Jadson, que hoje seria o “cérebro da equipe”, não vive boa fase.
Loss errou na montagem do time para o jogo. A ideia de não ter um atacante na área para abrir a defesa rival fracassou logo nos primeiros minutos. Do outro lado estavam Pedro Geromel e Kannemann, talvez a melhor dupla de zagueiros do futebol brasileiro.
– O plano estratégico não funcionou. Tínhamos a ideia de atrair os zagueiros do Grêmio, mas não conseguimos – admitiu Loss na entrevista coletiva após a partida.
O Corinthians levava a bola aos lados do campo, com Romero e Pedrinho, mas não tinha profundidade ofensiva com Jadson e Araos pelo meio. Para piorar, os volantes eram Ralf e Gabriel, de pouca qualidade técnica, e que quase nunca chegavam à área. Era como bater em uma muralha.
Não por acaso, o Corinthians tinha finalizado apenas três vezes até os 12 minutos do segundo tempo – terminou o jogo com dez chutes a gol. A única chance real de gol surgiu no primeiro minuto da etapa inicial. Bruno Grassi voou para pegar o cabeceio de Danilo Avelar. E só.
As entradas de Jonathas, Mateus Vital e Emerson Sheik, já com a desvantagem no placar, em nada mudaram o rendimento da equipe. O Timão nem teve sequer os lances de bolas paradas. Em noite apagada, Jadson foi substituído pelo centroavante. Clayson, vetado por conta de um desconforto na coxa esquerda, fez falta para arriscar nos lances individuais.
Os números recentes do Corinthians são preocupantes. Nas últimas seis partidas, o Timão fez apenas três gols, todos contra a Chapecoense. Veja abaixo:
- Corinthians 1 x 0 Chapecoense, pela Copa do Brasil
- Corinthians 0 x 0 Atlético-PR, pelo Brasileirão
- Colo-Colo 1 x 0 Corinthians, pela Libertadores
- Chapecoense 2 x 1 Corinthians, pelo Brasileirão
- Chapecoense 0 x 1 Corinthians, pela Copa do Brasil
- Corinthians 0 x 1 Grêmio, pelo Brasileirão
A torcida vai precisar de paciência com o time. Cabe a Osmar Loss definir o mais rápido possível a equipe titular e o estilo de jogo dela, principalmente para os mata-matas da Copa do Brasil e da Taça Libertadores. Mas começa a ficar claro que, sem um centroavante, o momento de transição deve ser ainda mais difícil.
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