A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse não ver “problema nenhum” em uma eventual concessão pelo presidente de indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tirando-o da prisão. A declaração, feita em entrevista ao UOL, aconteceu após o candidato do partido ao Planalto, Fernando Haddad, ter afirmado que, caso eleito, não vai tirar Lula da prisão.
A reportagem questionou a senadora se o assunto já era um tema apaziguado dentro do partido. Gleisi, então, afirmou que o “indulto é uma previsão constitucional”. “Eu não veria problema nenhum em o presidente eleito dar indulto ao presidente Lula. Isso aí é absolutamente normal. Mas nós vamos respeitar a decisão do presidente [Lula]. Se ele não quer, nós vamos aceitar. Mas não haveria problema nenhum em fazê-lo”, diz ela.
Lula está preso na Polícia Federal em Curitiba desde abril em razão de sua condenação no processo do tríplex. Gleisi, porém, acredita que ele “tem que ser colocado em liberdade o mais cedo possível”.
Ela voltou a indicar que Lula seria alvo de perseguição e citou a situação de outros políticos, como o ex-governador paranaense Beto Richa (PSDB), que foi preso durante investigação e solto na mesma semana, sem considerar que, no caso de Richa, a prisão não é fruto de condenação após segunda instância. “Por que o Lula está preso? Para não ser candidato a presidente, para não governar de novo esse país. É uma sacanagem isso. Então, eu não veria problema nenhum [no indulto]”.
Gleisi acredita ser possível ampliar a transferência de votos entre Lula e Haddad e projeta um cenário em que Haddad termina o primeiro turno da eleição na liderança. “A meta é a gente ter esse eleitorado que era do Lula junto com a gente no primeiro turno”, disse Gleisi, que também é candidata a deputada federal pelo Paraná.
A presidente do PT concedeu entrevista ao UOL no início da noite de segunda-feira (24) na sede do diretório do PT, em São Paulo, cerca de uma hora antes de o Ibope divulgar uma nova pesquisa presidencial, em que se apontou um avanço de Haddad de 19% para 22% e a estagnação do atual líder, Jair Bolsonaro (PSL), em 28%.
UOL
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