O jornalista Ivandro Oliveira, diretor de Conteúdo do Tá na Área, em mais um artigo de opinião, comenta os bastidores da eleição da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraiba (OAB/PB). Confira:
Adesão de Odon a Paulo Maia pode ser indício de toma lá, dá cá na OAB
Por Ivandro Oliveira
Em uma eleição, qualquer que seja a disputa, vencedores governam e vencidos fazem oposição, contudo, lastimavelmente, isso nunca foi regra no Brasil, sobretudo na política, caracterizada pelo fisiologismo mais depravado e encarnado no famoso toma lá, dá cá. As urnas do último domingo, dia 07, em resposta a tudo isso, iniciaram uma espécie de depuração a essa velha e carcomida forma de fazer política, dando ‘férias’ a muitos e, em muitos casos, aposentando outros, numa clara e inequívoca demonstração de que o momento exige muito mais que discurso, mas atitudes e ações de verdade.
Na contramão da lógica e da própria história, os bastidores da eleição para Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraiba, mostram que a malfadada cantilena da ‘velha política’ parece gozar com a simpatia de alguns dos principais personagens do meio jurídico paraibano. O anúncio do apoio do ex-presidente Odon Bezerra ao atual Paulo Maia é o atestado mais sublime de que há algo muito estranho na entidade que deveria ser exemplo e voz da sociedade.
Ora, como de uma hora para outra, adversários ferrenhos resolvem esquecer um passado não tão distante de críticas ácidas e passam a ser admiradores recíprocos e mútuos? Não é demais intuir que por trás de um apoio desses tem muito jogo de interesses, acertos por conveniência e pouco ou nada de compromisso com as reais aspirações da advocacia e seus membros.
No momento em que a sociedade cobra mudanças de seus representantes, a OAB não pode mais uma vez se omitir, tampouco fazer pouco ou caso algum diante de questões que saltam os olhos. Na medida em que pratica o faça o que digo e não o que faço, presidente e ex de uma instituição tão importante passam a impressão de que os fins justificam os meios.
Será que é dessa forma que os que buscam a confiança dos seus pares para continuar liderando-os pretendem conduzir a entidade que participa da formação jurídica, política e ética do Estado? Bom, se for, não é um bom sinal.
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