A mulher presa por suspeita de matar uma mãe e as duas filhas dela em Maragogipe, no recôncavo baiano, disse à polícia que envenenou as vítimas após um desentendimento. As informações são da Polícia Civil, que divulgou o resultado da acareação realizada entre os suspeitos presos pelo crime: Elisângela Almeida Oliveira e o marido dela, Valci Boaventura Soares.
As vítimas, Adriane Ribeiro Santos, de 23 anos, e as filhas dela Greisse Santos da Conceição, de 5 anos, e Rute Santos da Conceição, de 2 anos, foram envenenadas com um inseticida de uso agrícola. As três morreram em um intervalo de 15 dias. O único sobrevivente da casa foi o marido de Adriane e pai das crianças, identificado como Jeferson Brandão. Ele negou envolvimento nas mortes.
Conforme informou a Polícia Civil, as investigações apontam que a suspeita, Elisângela Oliveira envenenou Adriane e as filhas, depois que se interessou por por Jeferson, marido da vítima. Por conta desse interesse, segundo a polícia, houve um desentendimento entre as duas, e Elisângela resolveu envenenar Adriane.
Não foi detalhado como Valci — marido da presa — participou efetivamente do crime, entretanto a Polícia Civil informou que ele, junto com Elisângela, estavam coagindo testemunhas para que ninguém passasse informações à polícia, e destruindo provas que pudessem revelar o envolvimento de Elisângela nas mortes.
Mãe e filhas morreram entre o final de julho e o início de agosto deste ano, após apresentarem mal-estar com sintomas parecidos. O cachorro de estimação das vítimas também morreu.
A primeira morte registrada foi a da garota de 5 anos, no dia 30 de julho. A menina chegou a ser levada para um hospital na cidade de São Félix, ao lado de Maragogipe, mas não resistiu.
Em seguida, no dia 6 de agosto, a irmã dela também passou mal. No dia 13 de agosto, a mãe das meninas também teve um mal-estar. As duas foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Maragogipe, mas também não resistiram.
O pai das crianças, identificado como Jeferson Brandão, foi ouvido pela polícia. De acordo com o delegado Marcos Veloso, responsável pelas investigações, o homem estava abalado e não houve indícios sobre a participação dele nas mortes.
A Polícia Civil investigou se um líquido e um chocolate poderiam ter provocado as mortes. O material foi encontrado na casa da família e passou por testes. Os laudos detectaram a presença do inseticida agrícola nas amostras.
No dia 27 de agosto, a Justiça autorizou o pedido de exumação do corpo da menina de 5 anos, que foi realizado no dia 5 de setembro pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). A irmã dela e a mãe também tiveram os materiais analisados.
Como ela foi a primeira a morrer, o caso dela foi classificado como morte natural. Só após o óbito da irmã e da mãe foi que a polícia passou a suspeitar de envenenamento.
Fonte: G1
Discussion about this post