Eleito governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do PSC, afirmou em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, nesta terça-feira (30), ter solicitado levantamento de quantos “snipers” – atiradores de elite – existem em unidades especiais das polícias Militar e Civil.
Witzel, que é ex-juiz federal e foi eleito para o Palácio Guanabara com quase 60% dos votos válidos, também anunciou que irá pedir para o governo federal a manutenção de decreto Garantia da Lei e da Ordem por mais dez meses.
Ao tratar dos atiradores de elite das corporações, Witzel respondeu a pergunta sobre uma de suas propostas durante a campanha: abater criminosos que estejam com fuzis.
O governador eleito foi, então, confrontado sobre casos no Rio de Janeiro nos quais pessoas com furadeiras e guarda-chuvas foram baleadas e mortas por policiais militares. Em resposta, Witzel argumentou que os tiros não foram dados por “militares preparados”.
Witzel lembrou, então, o flagrante na manhã desta terça, no qual o Globocop registrou homens armados de fuzil disparando contra um blindado da políciana Cidade de Deus, Zona Oeste.
Questionado, o governador acrescentou que policiais especializados em disparos precisos e a longa distância também poderão ser colocados em helicópteros para efetuar os disparos. “Quem vai dizer são os técnicos que vão montar as operações”, explicou.
Witzel esclareceu que a autorização para o abate de criminosos de fuzil nas ruas é uma interpretação pessoal do Código Penal e afirmou que vai defender os policiais nos tribunais.
Garantia da Lei e da Ordem
Também ao Estúdio I, o governador eleito contou que pretende solicitar ao governo federal a manutenção do decreto de Garantia da Lei e da Ordem no RJ por mais dez meses.
“Esse legado da intervenção a gente precisa aproveitar, conversar com o general [Walter] Braga Netto, conversar com o presidente Jair Bolsonaro, para que a gente possa, se for o caso, manter por mais 10 meses, como Garantia da Lei da Ordem, até que a gente possa ter efetivo suficiente para transpor.”
Na manhã desta terça, em reunião com o atual governador Luiz Fernando Pezão, Witzel afirmou que soube que há 1,2 bilhão para ser investido nas polícias Civil e Militar. O governador eleito disse que “parece” que o investimento já está empenhado em equipamento: colete, munição e fuzis, por exemplo.
Desculpas por ato de intolerância
Durante a entrevista, o governador eleito qualificou como ato de intolerância o fato de então candidatos do PSL quebrarem uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em março deste ano.
“Ele [Rodrigo Amorim] rasgar a placa e fazer o que ele fez, aquilo ali eu também repudio. Liguei para o professor Tarcisio [Motta, correligionário de Marielle] e disse: ‘Professor Tarcisio, receba a minha solidaridade. Jamais compactuo com qualquer estímulo à intolerância”, ressaltou Witzel.
Recuperação da dívida do RJ
Tratando de economia, o governador eleito brincou ao falar sobre a renogociação do Regime de Recuperação Fiscal do estado. Witzel disse que, no domingo, após votar, pediu ajuda a São Judas Tadeu, o “santo das causas impossíveis”.
“Fui pedir a ele [ao santo] para ajudar a fazer a renegociação da dívida. Brincadeiras à parte, a gente sabe que essa recuperação fiscal, outros estados vão começar a pensar nela agora. Alguns governadores estão acampando na frente da casa do Jair Bolsonaro.”
Witzel questionou se o regime adotado para renogaciar a dívida seria o melhor modelo. No entanto, o governador eleito entende que “nesse momento é o que temos”.
“Temos que cumprir essas medidas e o governador está cumprindo as medidas. Alguns itens do relatório, como reforma administrativa, aumento de carga tributária, ainda não estão finalizados. A gente tem 1 ano e 9 meses pela frente, e depois mais três.”
O acordo de recuperação fiscal foi fechado em setembro do ano passado e possibilitou o estado renegociar a dívida com a União, o que representou um alívio à mais grave crise econômica enfrentada pelo RJ.
O plano terá a duração de três anos e foi concebido para ser usado exatamente para liquidar boa parte das contas em atraso, pagando salários e outras contas que não estavam em dia.
G1
Discussion about this post