O juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, comentou nesta segunda-feira a decisão de deixar a Operação Lava-Jato e integrar o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Em um evento sobre o mercado de construções sustentáveis no Brasil e no mundo, em Curitiba, Moro disse que não se vê “ainda como um político verdadeiro”.
— Eu, aqui, faço uma respeitosa divergência, não me vejo ingressando na política, ainda como um político verdadeiro. Para mim, é um ingresso num cargo que é predominantemente técnico —, afirmou.
Moro afirmou que pretender trabalhar no Ministério da Justiça com aquilo que conhece, a Justiça. Na palestra, que durou cerca de uma hora, Moro diz que não pretender “jamais” disputar cargo eletivo.
— Não pretendo jamais disputar qualquer espécie de cargo eletivo. Mas Ministério da Justiça e de Segurança Pública, pra mim, eu estou em uma posição técnica, pra fazer o meu trabalho —, ressaltou.
MENSAGEM A COLEGAS
Após entrar de férias na Justiça Federal para cuidar da montagem do Ministério da Justiça, Moro enviou uma mensagem a seus colegas da Justiça Federal pela intranet, na última quinta-feira. O magistrado afirmou que trabalhará em Brasília para aprimorar o enfrentamento à corrupção e ao crime organizado “com respeito à Constituição, às leis e aos direitos fundamentais”.
Moro afirmou ter orgulho de ter participado da Justiça Federal e disse aos juízes que sigam atuando com independência, mesmo eventualmente contra o Ministério da Justiça:
“Continuem dignificando a Justiça com atuação independente (mesmo contra, se for o caso, o Ministério da Justiça”, disse Moro, que agradeceu as congratulações e reafirmou que a decisão de deixar a magistratura foi “muito difícil, mas ponderada”.
O Globo
Discussion about this post