A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,644 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado foi 2.397% maior que os R$ 266 milhões obtidos no mesmo período do ano passado. Nos primeiros nove meses, o ganho da estatal somou R$ 23,677 bilhões, um avanço de 371% ante o mesmo período de 2017. É o melhor resultado para o acumulado entre janeiro e setembro desde 2011.
Conforme estatal, houve maiores margens nas vendas de derivados no Brasil e nas exportações, ambas impulsionadas pelo aumento do preço do petróleo e pela depreciação do real, além do aumento nas vendas de diesel com expansão de participação de mercado.
O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava lucro trimestral na casa de R$ 11 bilhões. A Petrobras informou que o lucro no terceiro trimestre foi afetado pelo pagamento de R$ 3,5 bilhões às autoridades americanas para encerrar processos no Departamento de Justiça dos EUA e na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Excluindo-se esses acordos, bem como os efeitos do acordo da Class Action, o lucro líquido seria de R$ 10,269 bilhões no trimestre e R$ 28,012 bilhões no acumulado do ano”, destacou a estatal em comunicado. No terceiro trimestre do ano passado, o ganho foi afetado com os gastos feitos pela estatal com a adesão a programas de regularização de débitos federais.
Segundo a Petrobras, a queda no lucro também ocorreu devido à redução no volume total das vendas de derivados no mercado interno e nas exportações. O total de vendas no mercado interno caiu 5% entre janeiro e setembro deste ano, para 2,3 milhões de barris por dia. Entre as exportações, a queda foi de 13%, para 834 mil barris diários. Assim, o total geral de vendas caiu 7% no ano.
O diretor financeiro da companhia, Rafael Grisolia, destacou alguns pontos que contribuiram para o resultado no terceiro trimestre como o aumento de 39% do preço do petróleo.
– O aumento dos preços do brent e a desvalorização do real se traduziram em maiores margens para a companhia, tendo se refletivo de forma pisitiva nos resultados da companhia, que está com um caixa de US$ 14 bilhões, além de linhas de crédito de US$ 5,9 bilhões que podem ser utilizadas se necessário.
Produção caiu 6% no ano
No ano, a produção caiu 6%, para 2,028 milhões de barris por dia. A produção de petróleo diminuiu devido, principalmente, aos desinvestimentos realizados nos campos de Lapa e Roncador, e ao declínio natural da produção que foram parcialmente compensados pela entrada em produção do FPSO Cidade de Campos dos Goytacazes, no Campo de Tartaruga Verde, e da P-74, no Campo de Búzios, destacou a Petrobras.
Ao explicar a queda na produção, a diretora de Exploração & Produção, Solange Guedes, destacou a venda de ativos, a paralisação de vários sistemas antecipados de produção e outras unidades para manutenção. A diretora destacou também os resultados na produtividade dos poços nos campos do pré-sal que superam mais de 30 mil barris diários por poço.
– Nos testes de longa duração realizados no campo de Mero, na área de Libra, no pré-sal na Bacia de Santos, foi constatado uma produtividade de produção de 58 mil barris por dia – destacou a diretora.
O Globo
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