“Ficamos felizes e honrados com essa descoberta, mais ainda, pelo fato de que Câmara Municipal de João Pessoa, UFPB e Casa de José Américo estarem unidos no resgate desse material tão precioso”, comentou o presidente da Casa, vereador Marcos Vinícius (PSDB), que celebrou a descoberta de um brasão do Brasil Império durante o processo de higienização do material histórico encontrado na Casa Napoleão Laureano.
Nesta quinta-feira (8), a professora de conservação e restauração do cursos de Arquivologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Danielle Alves, ministrou uma oficina de atualização para os funcionários de arquivologia da Fundação Casa de José Américo. Na ocasião, dois documentos começaram já começaram a ser higienizados.
Segundo o professor-doutor em História Ângelo Pessoa, responsável pela restauração dos documentos, a oficina foi apenas para atualizar os funcionários sobre a área. “A cada momento a área se desenvolve, é importante esse processo. E esses foram os primeiros passos na higienização, o arranque inicial”, declarou.
Ainda no processo de higienização, foi possível transcrever algumas partes, com a ajuda de um paleógrafo. Foi achado também a marca de um sinete do Governo Imperial, usado para selar ou autenticar correspondências. Comparado aos dias de hoje, um sinete é utilizado normalmente para selar convites de casamento.
“É como se fosse um carimbo sem tinta. O brasão tem um apelo estético e histórico interessantíssimo. Encontramos em uma correspondência vindo do gabinete imperial do Rio de Janeiro em que ordenava a substituição de um vereador e um procurador que não podiam ser eleitos”, explicou Ângelo Pessoa.
O professor-doutor explicou que há uma seleção inicial dos documentos para que seja utilizado no documentário produzido pela TV Câmara, mas que para finalizar todo o processo de higienização, conservação, restauração, leitura, transcrição e digitalização de todos os documentos encontrados pode levar anos de pesquisa.
Disputa por água
Nos documentos que foram transcritos, fazem referência a uma concorrência por água quando os moradores da rua Maciel Pinheiro, antiga rua das Convertidas, disputavam uma cacimba na região, quando o padre Antônio Lourenço decidiu cobrar pela água da cacimba. Foi quando o fiscal da Câmara teve que intervir no desentendimento.
Discussion about this post